17 de set. de 2007

Cinema brasileiro longe de ser indústria

Segundo dados do site do Ministério da Cultura do Brasil (Minc), a Nigéria, que não possui nenhuma sala de cinema, produz em média 1200 filmes por ano, mais do que a Índia, oficialmente o maior produtor mundial, que faz 800 filmes ao ano, seguida dos Estados Unidos, com 400. Estimativas apontam que essa indústria movimenta no país africano US$ 3 bilhões ao ano.

Para Motta, o cinema brasileiro não é uma indústria e esta longe de ser. "Existem mais de 100 filmes prontos para serem exibidos", conta. Para se realizar um projeto sob a nossa legislação é necessário se submeter à cinco editais de concursos: roteiro, pré-produção, produção, finalização e por último a distribuição", explicou.

De acordo com ele, cinema não é cultura, mas um produto. "São pouco mais de 1200 salas no Brasil, pouca gente vai ao cinema. Só se dá acesso se existirem mais salas de exibição".
O site da Agência Nacional do Cinema (Ancine) mostra, entretanto, que "Dois filhos de Francisco", lançado em 19 de agosto de 2005, ficou 20 semanas em cartaz, exibido em 319 salas. Foi prestigiado por 5.319,637 pessoas e rendeu R$ 36.728.278,00. Isso mostra um aumento de público para as produções nacionais.

Em 2004, "Cidade de Deus" foi assistido por 3.307.746 pessoas e rendeu R$ 19.539.624,00. No Brasil, de dezembro de 2004 a dezembro de 2005, foram produzidos menos que 50 longas-metragens.
Profissional- Desde 1999 ministrando aulas de interpretação para cinema, o santista Luiz Mario Vicente coordenou, em 2005, as oficinas de interpretação para 40 jovens que integraram o elenco do filme "Querô".

Vicente vê a arte como uma forma de despertar o cidadão para que ele se inclua. "Seja atuando, desenhando, dirigindo, dançando, construindo, ensinando ou até medicando". Para ele, o cinema tem a força das multidões. "O discurso filmado pode ajudar numa nova consciência e numa transformação individual".

Luiz Mário contou que, no caso de "Querô", ele não fazia idéia do que vinha pela frente. A partir das informações de cada personagem, foi em busca de uma qualidade humana e artística. "Sempre fazemos o máximo, mas os resultados pertencem ao improvável e suposto".
Impressionado, relatou o fato de não haver ocorrido nenhum problema. "Isso mostra e prova que a oportunidade, aliada a uma condução sensível e respeitosa, pode render frutos e identificar talentos".

O profissional lembrou da preparação dos meninos, que nunca haviam trabalhado com teatro e cinema. "Não houve método e sim a descoberta de um caminho que fizesse com que eles atingissem o que o filme pedia".

Nildo, Transformado pelo cinema

Talento revelado como "Mosca", coadjuvante do filme Querô, Nildo Ferreira foi além. Hoje atua na produção e edição áudio-visual. "Faço o que gosto, sou assistente de produção", diz.
O ator conta que nas gravações observava o máximo possível, enquanto lia Plínio Marcos. "Vivia atento aos técnicos e no vídeo assiste".

Para Ferreira, o filme só veio a acrescentar na sua vida pessoal e profissional. "Vou fazer cinema, ainda fiz pouco, mas deixarei minha contribuição para o cinema brasileiro".

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