4 de dez. de 2007

Mudanças na forma de olhar a produção áudio visual

Lazer e boa comunicação, sinônimos de qualidade de vida

Um sábado diferente é assim que defino nosso último encontro. O mundo das artes é o campo, e apresentá-lo a quem busca beber da fonte, é o trabalho. Poder mostrar um cinema diferente que instiga o pensamento, foi o que mais me agradou como professor.

Na última aula, graças a iniciativa da equipe do projeto ARTE no CAMPS, junto a cordenação do núcleo de cinema da Secretária de Cultura de Santos, foi possível apreciar a projeção no Cine Arte posto 4, do longa metragem francês No Calor do Verão.

Bem diferente dos enlatados americanos. Os filmes franceses tem por sua caracteristica reproduzir os problemas do cotidiano, o dia-dia, uma narrativa muito própria, nem um pouco previsivel.

Esse leva a condição humana a seu estado mais primitivo. Ja que a história se passa num acampamento, a onde todos os personagens parecem estar fugindo de algo. Um filme interessante. Gostaram?

Foi muito legal conversar sobre a história do filme, após a sessão, e falar da nova fase do projeto.Alguns alunos ja se manifestaram, ter mudado a forma como assistem a televisão e mesmo o cinema.Isso para o professor é muito importante.

Agradeço a presença. Logo colocarei as fotos no blog, essas estão passando por um processo de tratamento para que todos fiquem bem na foto, rsrsrsrs.

Valeu galera, parabéns a toda equipe, sábado surpresa para vocês.Convidem os amigos, para o módulo de operação de câmera.

Grato pela oportunidade

"ARTE NO CAMPSV" - Foi dada a largada!

No sábado, dia 10 de novembro, foi dado início à primeira oficina do "Projeto Arte no CAMPSV".
Os instrutores, Alessandro, Maurício e Danilo (todos jovens mas com larga experiência no que diz respeito ao universo da cinematografia) começaram passando toda a base para se trabalhar com cinema: o olhar crítico, o profissionalismo, a criatividade, o instrumental e, principalmente, uma grande dose de VONTADE.

Não se trata, como muitos poderiam pensar, de "pegar uma câmera e filmar", existe todo um trabalho de pré-produção, o desenrolar das cenas e a pós-produção, isso se simplificarmos muítissimo o processo.

Mas os adolescentes participantes se deixaram encantar pela mística do cinema e participaram, profundamente atentos, de todas as etapas da aula inicial.
Este blog servirá para registrar as aulas, os eventos e os comentários de alunos, instrutores e convidados.


Abaixo as fotos da aula inaugural do projeto.
Parabéns aos participantes. Parabéns aos instrutores. Que todos tenham perseverança para buscar seus objetivos e o sonho comum: o lançamento de nosso "Curta-Metragem" no próximo ano. Oswaldo




Instrutores preparando o material. Danilo (esquerda) e Alessandro (dir)
















Terceiro instrutor: Maurício (direita)







Alunos chegando para a aula. Alegria e ansiedade...
Uma série de instruções é passada aos presentes









Motivar a reflexão e o espírito crítico é uma das propostas do projeto


Foram apresentadas 3 produções audio-visuais para reflexão e análise
Consciência crítica é a palavra-chave

Os participantes e os responsáveis pelo projeto, abaixo (da esq. p/ dir.): Danilo, Oswaldo, Maurício e Alessandro
Na próxima semana teremos mais notícias e fotos... (deixe seu comentário sobre esta matéria...)

10 de out. de 2007

Funcionário público denuncia o mau atendimento prestado em pronto socorro

Diretor do CREI Uilson Machado desaprova a conduta de médica concursada

Foi numa quinta-feira dia 27 de setembro, que mais uma família foi testemunha da caótica situação da saúde pública. Danilo Tavares, funcionário público da Secretária de Comunicações da Prefeitura de São Vicente, lembra que recebeu uma ligação às 17h50. Na linha um funcionário do super-mercado COOP, que cautelosamente foi passando as informações:

- Boa tarde, senhor Danilo! Eu trabalho no supermercado COOP. O senhor é filho de Dona Estelita Tavares dos Santos?

-Sim, pode dizer.
- Infelizmente, sua mãe passou mal, nós chamamos uma ambulância e nesse momento ela foi levada consciente ao CREI, para um pronto atendimento.

Na TV Primeira, rede de televisão municipal, pediu licença a seu chefe, chegando logo após sua mãe.

Já no local, Danilo encontrou sua mãe em uma sala, nervosa e pedindo que a retirassem dali.
“ Por favor me tire daqui, Danilo, essa médica é uma grossa”!
Essa situação acabou por assustar ainda mais o filho. A mãe sofre de estresse e toma remédios controlados. Uma tentativa de manter o equilíbrio emocional, após o falecimento do companheiro de 30 anos, ocorrido no primeiro semestre desse ano.

Estelita relata que a médica, Dr. Ana Maria F. Castro, CRM 68795, ironicamente perguntou: "Que foi? Brigou com o marido?"

Danilo explica que a partir desse instante, sua mãe praticamente entrou em choque. “Meu Pai faleceu não faz nem um ano, uma dor enorme para toda família. Mesmo assim a médica continuou ironizando minha mãe, na frente de todos, em voz alta, dizendo que não tinha culpa de nada e que ela que já estava nervosa".

"Eu pedi para a Dr. Ana parar, mas continuou”. Relata que a médica perguntava: “Que foi? Ela brigou com o marido para estar nervosa assim?”.

“Eu olhei fixamente nos seus olhos e disse pausadamente, e baixo, com todo ódio que poderia ter naquele momento. Meu pai faleceu" .

Segundo o funcinário público, ela quis mudar de assunto. “Eu sou profissional”.

Tavares, argumentou para a doutora que sua postura não estava correta.“Um médico profissional usa a psicologia para acalmar os seus pacientes e não deixa-los mais nervosos, humilhando-os em discussões que não levam o tratamento, a um resultado positivo”.

De acordo com Danilo, só assim ela se calou. “Seu orgulho não permitiu reconhecer seu erro, e sua péssima conduta médica. Talvez ela se sinta superior a nós, seres humanos comuns, por possuir um diploma de médica”, disse em tom de desabafo Danilo Tavares.

O diretor geral do Crei, Uilson Machado, que assumiu o cargo há dois meses, tomou conhecimento do caso e mostrou-se indignado com a atitude da Dr. Ana Maria, dizendo não ter essa postura, não aceitar e não defender esse tipo de profissional. “Sei das dificuldades, mas quem não tem formação não serve para trabalhar”.

De acordo com Machado, o trabalho de direção do CREI é de extrema responsabilidade, e nem por isso atende mal seus pacientes. “Minha filosofia é de humanizar o ambiente de trabalho, nós vamos apurar e tomar as devidas providências”, disse o diretor.

Procurada pela redação do Grupo Mundo Cultural na última quinta-feira, dia 4 de outubro, no CREI, após as apresentações, a Dr. Ana Maria F. de Castro, a princípio, disse não saber do que se tratava.

Foi então lembrada pelo repórter: Repórter: Drª. você recorda da última quinta-feira, às 17h50, ao atender a paciente Estelita Tavares dos Santos, que estava na companhia de seu filho Danilo Tavares? No caso, eles estão afirmando que a senhora não teve uma conduta profissional, e sim uma atitude inadequada para a função. Eles afirmam que a Srª, ao invés de diagnosticar, insistiu em perguntar se ela estava nervosa por ter brigado com o marido. E que somente parou com a ironia, quando foi informada que o marido da mesma havia falecido há menos de um ano.

A Drª. Ana disse não se manifestar sobre o assunto a qualquer pessoa. “Somente me reporto ao corpo médico e à direção. Isso é alguma piada”?

Estelita Tavares dos Santos, saindo do CREI, se dirigiu para a Beneficência Portuguesa. Ficou internada em observação, no dia seguinte fez uma endoscopia, ficando constatada uma úlcera estomacal. Permaneceu internada mais três dias, recebendo alta na segunda-feira.

9 de out. de 2007

Para criticar é preciso saber o diagnóstico

Como em qualquer lugar, existem bons profissionais, maus profissionais, e profissionais num péssimo dia

Como usuário do SUS - Sistema Único de Saúde já presenciei atitudes arbitrárias de médicos anteriormente, mas não posso negar, também encontrei ótimos profissionais. Carrego comigo o conhecimento da funcionalidade dos hospitais da região. Na última década fiz uso demasiado, por conseqüência de um acidente de trânsito. A minha infelicidade ocorreu em 1999, ainda no mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Quando José Serra era o Ministro da Saúde. Fratura exposta de tíbia, perda de 13 cm de substância óssea, foram necessárias seis cirurgias e o uso de um aparelho russo, chamado Lizarov. “Gaiola”, como é conhecida popularmente. Tempo de tratamento, 4 anos ininterruptos. Hoje, recuperado, carrego no corpo as marcas de um acidente de trânsito e as lembranças de uma experiência dolorosa. A sensação que tenho, conversando com alguns renomados médicos, é que as coisas, naquela época, funcionavam melhor.

O tratamento foi todo custeado pelo SUS, realizado pela equipe de Ortopedia do Hospital São José e posteriormente CREI - Centro de Referência em Emergência e Internação. O médico, Dr. Miguel Nicolau, brasileiro da melhor qualidade. Atende todas as terças-feiras uma média de 100 pacientes pelo SUS, numa pequena sala nos corredores do CREI.

Justiça seja feita, com esses profissionais que são dignos. Fazer críticas sem conhecer o problema generalizando toda uma categoria, é uma irresponsabilidade. Portanto, se o sistema está caótico no atendimento, certamente não é por causa dos médicos que atendem a super população de baixa renda, que lota os prontos-socorros. Sou solidário aos verdadeiros soldados que lutam há décadas pelo sistema de saúde da região. Como em qualquer lugar, existem bons profissionais, maus profissionais, e profissionais num péssimo dia. Mas vai dizer isso para um paciente com dor.

17 de set. de 2007

Santos, cenário de filmes nacionais

Nildo, personagem"Mosca" do filme Querô mostra vocação para direção
Querô e O Magnata prometem lotar as salas de cinema da Cidade que continua mantendo sua tradição na Sétima Arte

Santos sempre teve uma relação forte com o cinema. Na década de 30, a Cidade já tinha 17 salas por habitante - o maior número do País – e hoje conta com 19. Ainda esse ano serão lançados dois filmes de autores santistas: "Querô", uma obra de Plínio Marcos, roteirizada e dirigida por Carlos Cortez, e "O Magnata", um filme de "Chorão" dirigido por Johnny Araujo.

Nos dois filmes, Santos serviu como pano de fundo retratando a juventude brasileira de formas distintas, em comum a desestrutura familiar. A produção local é forjada por um festival de curtas-metragens considerado uma vitrine para os profissionais.
De um lado, "O Magnata" relata o cotidiano de abusos cometidos por uma classe social mais privilegiada. Já do outro, "Querô" mostra a dura realidade de quem vê a infância passar marcada pela violência.

Nos últimos anos, Santos com seu centro histórico, praias e porto passou a ser também um dos cenários favoritos para a produção de filmes publicitários e curtas-metragens.
Essa última categoria entrou na briga em 2002 ganhando até um festival, o "Curta Santos", que esse ano vai para 5º edição.

De acordo com a produtora de elenco do filme "Quero", Tammy Weiss, o curta é uma linguagem experimental e pode ser uma vitrine para projetos e profissionais. "O curta-metragem é o chamado movimento dos sem tela", justifica.

Incentivo - Tammy, ocupante da cadeira áudio-visual no Conselho Municipal de Cultura, afirma que hoje há um movimento para criar uma "film comission". "É a instituição que vende a beleza da cidade, além de criar condições para produção de comerciais, mini-séries e cinema".

A Secretaria de Cultura de Santos (Secult) mantém dois equipamentos com programação e um projeto itinerante de cinema de rua. Um dos espaços é o Cine Arte posto 4, outro é o Museu da Imagem e do Som (Mis), ambos exibem programação.
"Uma ação que populariza a cinegrafia brasileira", assim Nívio Motta define o cinema de rua. Nívio é coordenador do núcleo de cinema da Secult.

Segundo Motta, no final da década de 60, foram realizadas três edições do "Festival de Cinema Brasileiro de Santos. Em São Paulo não temos hoje um festival de cinema brasileiro", afirma.

Cinema brasileiro longe de ser indústria

Segundo dados do site do Ministério da Cultura do Brasil (Minc), a Nigéria, que não possui nenhuma sala de cinema, produz em média 1200 filmes por ano, mais do que a Índia, oficialmente o maior produtor mundial, que faz 800 filmes ao ano, seguida dos Estados Unidos, com 400. Estimativas apontam que essa indústria movimenta no país africano US$ 3 bilhões ao ano.

Para Motta, o cinema brasileiro não é uma indústria e esta longe de ser. "Existem mais de 100 filmes prontos para serem exibidos", conta. Para se realizar um projeto sob a nossa legislação é necessário se submeter à cinco editais de concursos: roteiro, pré-produção, produção, finalização e por último a distribuição", explicou.

De acordo com ele, cinema não é cultura, mas um produto. "São pouco mais de 1200 salas no Brasil, pouca gente vai ao cinema. Só se dá acesso se existirem mais salas de exibição".
O site da Agência Nacional do Cinema (Ancine) mostra, entretanto, que "Dois filhos de Francisco", lançado em 19 de agosto de 2005, ficou 20 semanas em cartaz, exibido em 319 salas. Foi prestigiado por 5.319,637 pessoas e rendeu R$ 36.728.278,00. Isso mostra um aumento de público para as produções nacionais.

Em 2004, "Cidade de Deus" foi assistido por 3.307.746 pessoas e rendeu R$ 19.539.624,00. No Brasil, de dezembro de 2004 a dezembro de 2005, foram produzidos menos que 50 longas-metragens.
Profissional- Desde 1999 ministrando aulas de interpretação para cinema, o santista Luiz Mario Vicente coordenou, em 2005, as oficinas de interpretação para 40 jovens que integraram o elenco do filme "Querô".

Vicente vê a arte como uma forma de despertar o cidadão para que ele se inclua. "Seja atuando, desenhando, dirigindo, dançando, construindo, ensinando ou até medicando". Para ele, o cinema tem a força das multidões. "O discurso filmado pode ajudar numa nova consciência e numa transformação individual".

Luiz Mário contou que, no caso de "Querô", ele não fazia idéia do que vinha pela frente. A partir das informações de cada personagem, foi em busca de uma qualidade humana e artística. "Sempre fazemos o máximo, mas os resultados pertencem ao improvável e suposto".
Impressionado, relatou o fato de não haver ocorrido nenhum problema. "Isso mostra e prova que a oportunidade, aliada a uma condução sensível e respeitosa, pode render frutos e identificar talentos".

O profissional lembrou da preparação dos meninos, que nunca haviam trabalhado com teatro e cinema. "Não houve método e sim a descoberta de um caminho que fizesse com que eles atingissem o que o filme pedia".

Nildo, Transformado pelo cinema

Talento revelado como "Mosca", coadjuvante do filme Querô, Nildo Ferreira foi além. Hoje atua na produção e edição áudio-visual. "Faço o que gosto, sou assistente de produção", diz.
O ator conta que nas gravações observava o máximo possível, enquanto lia Plínio Marcos. "Vivia atento aos técnicos e no vídeo assiste".

Para Ferreira, o filme só veio a acrescentar na sua vida pessoal e profissional. "Vou fazer cinema, ainda fiz pouco, mas deixarei minha contribuição para o cinema brasileiro".

Cult ou kitsch?

O cinema em Santos passa por um estado de regressão. Se começou adulto e ‘cabeça’ com as enfumaçadas sessões no Cine Glória, chapadas de intelectuais, hoje vestiu a bermuda, virou a aba do boné para trás e assumiu sua porção adolescente e leviana – duas produções nacionais de apelo jovem que estréiam nos cinemas este ano e tem forte ligação com a cidade comprovam isso, ainda que uma delas ("Querô") esteja envolta pela aura do que se convencionou chamar de ‘cinema verdade’.

Apesar desse diagnóstico, a cidade ainda não deitou no divã para analisar o problema. A sunga verde-limão do personagem-blockbuster "Borat" (vivido por Sacha Baron Cohen) não deixa mentir: lá estava ela estampada até pouco tempo atrás no ‘templo’ do cinema de arte (dizem), o Espaço Unibanco. O que afinal é cult e adulto, o que é kitsch e aborrescente em Santos?
Prova maior aconteceu no fim de março, quando as salas foram tomadas de assalto pelo palavreado de malandro da classe média tão característico a Chorão, do Charlie Brown Jr., em sua primeira (e última, assim esperamos) empreitada pela tela grande, no suposto auto-biográfico "O Magnata". História da ascensão, medo e delírio dos abastados ao registro cinematográfico.

É o que a história nos conta sobre a vocação santista para o cinema, pelo menos para a contemplação dele, que evoluiu de tal forma a se tornar extensão da nossa gente. Assim ir ao shopping pede sorvete de casquinha do McDonald’s e a viagem à Roma, a bênção do Papa, sábado e domingo não são reais sem um pulo no Roxy para conferir o último enlatado americano a aportar por aqui.

Sinal dos tempos é que, na era do You Tube, o santista típico (aquele que freqüenta o circuito praia/shopping/cinema e tenta ir à academia) deixe de ser espectador e vire imagem fixa de fotograma ou byte no arquivo de filme digital.

Colaborador Julio Ibelli

Dois projecionistas, muitas saudades

Pernambucano da cidade de Garanhuns, Clóvis Ferreira da Silva, de 47 anos, opera com melancolia o projetor do Cine-Arte Posto 4 desde a inauguração, em 1991 ("fundei, mas não afundei"). Aprendeu o ofício na década de 80, durante exibições nos Estúdios Atlântico 1 e 2, mesmo lugar do Gonzaga onde estão hoje as Lojas Americanas.

Relembra que os amantes da sétima arte tinham sessão cativa à meia-noite em uma das salas da Empresa Santista de Cinema. Todos sócios de carteirinha do clube que só exibia filmes antigos. Para a criançada tinha refrigerante de graça na sessão de domingo, às 10 horas. Clóvis sente falta dos cinemas de bairro e da camaradagem entre projecionistas.

Outro saudosista é Justo Evangelista dos Santos, de 57 anos, hoje à frente de uma banca de jornal no Gonzaga com o sugestivo nome de Cinelândia.

Ele guarda na carteira um comprovante de mensalidade do Sindicato dos Operadores Cinematográficos do Estado de São Paulo. Cr$ 1.500,00 pagos em abril de 1985. "Cinema Paradiso é um bom exemplo de como era trabalhar com projeção ".

De outra fita guarda um tipo diferente de recordação. Em uma das sessões de Exorcista, clássico maior do terror, um vento fez bater sozinha a porta da sala de projeção, deixando Justo literalmente apavorado No mais, só boas lembranças do tempo das filas nas portas dos cinemas que atraíam famílias inteiras.

Colaborador Julio Ibelli

Cinema Santista bate as principais capitais em venda de ingressos


São Paulo, Belo horizonte e Rio de Janeiro ficam atrás, mesmo com número maior de salas

Santos cresce cada vez mais em relação a cinema. Pesquisa da Folha de São Paulo aponta a Cidade líder de bilheteria entre as principais do País, levando-se em conta a proporção de número de habitantes, salas de cinema e venda de ingressos.
Chama a atenção de especialistas o fato de Santos ter o maior número de ingressos por habitante.

Mesmo com apenas 19 salas, 13 vezes menos do que a cidade de São Paulo, os moradores da região freqüentam mais cinema do que os paulistanos. Também perdem para Santos, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

Para o professor e produtor Dirceu Lemos da Silva, do Centro Universitário Monte Serrat – Unimonte –, se dividirmos a população pelas 19 salas teríamos uma para cada 22,1 mil habitantes, quase a mesma proporção de Nova York, com 20 mil pessoas para cada sala.
Lemos ressalta que em breve, a Santos terá mais quatro salas no local do antigo Cine Iporanga. "A média santista ficará de 18,2 mil pessoas por sala. Boa, né?", conclui.

Arte - Um dos destaques de Santos é o Cine Arte Posto 4. Apesar de ter uma única sala é um dos mais procurados por estudantes e fãs da sétima arte. Oferece seções dos filmes fora do circuito comercial e realiza palestras e mostras temáticas.

Além do Cine Arte, a Cidade conta com um número de salas considerado alto, sendo dez no Cinemark (Praia Mar Shopping), cinco no Roxy e três no Espaço Unibanco de Cinema (Miramar Shopping).
Colaborador Anderson Araujo

19 de jul. de 2007

Mundo Cultural lança o documentário Santa Fé – A Festa do Bom Jesus de Iguape

O filme tem o objetivo de cristalizar a fé caiçara

O Grupo Mundo Cultural Produções lança sábado 28 de julho, o documentário “Santa Fé”. Dirigido por Alessandro Cruz, a realização tem o apoio do Santuário do Senhor Bom Jesus de Iguape. O documentário mostra a cidade de Iguape no período da Festa do Bom Jesus. Uma tradição caiçara e religiosa com extensa programação. Durante 10 dias a cidade recebe mais de 150 mil romeiros. O lançamento acontece às 21 horas, na Basílica de Iguape. O filme fica em cartaz no Cine Arte Iguape até o fim das festividades.

Santa Fé. O documentário registra a agitada festa através de paralelos entre a história da cidade e os universos de seus habitantes: historiadores, romeiros, comerciantes, e outros que traduzem o jeito de ser dessa cidade de cultura caiçara.

Pela primeira vez a festa de agosto como é conhecida, se destacará ganhando visibilidade em festivais de Cinema no Brasil e no mundo, afirma o diretor Alessandro Cruz. “Pretendemos além de inscrever o filme em mostras, e festivais do gênero, após o lançamento fazer exibições por todo Vale do Ribeira, Baixada Santista e interior do estado de São Paulo. Depois Paraná e Rio Grande do Sul”.
De acordo com Cruz, o documentário tem o intuito de evidenciar a programação da festa de agosto, suas lendas e curiosidades. “Fatos que contribuem para o desenvolvimento da cidade e toda a importância histórica, religiosa, social e turística”. Ele afirma que de encontro a essa realidade vem o turista, e com ele é evidente o crescimento de manifestações profanas, consumo de álcool e drogas. “Isso vem influenciando de forma negativa o ritual da passagem dessa tradição para as novas gerações”.


Para Mauricio Oliveira autor da pesquisa e diretor de Arte, a Festa do Senhor Bom Jesus de Iguape é um dos grandes acontecimentos da religiosidade popular e da tradição luso-brasileira, que durante séculos movimenta a região. “Foi observada através da comunidade, a importância da fé em Bom Jesus para construção de valores”. Ele ressalta a fé, como mantenedora desta realidade mítica, histórica e sagrada. “Preservando a união das famílias dos milhares de fiéis e romeiros”. ” A Fé e o conhecimento, ainda são os bens mais importantes para o individuo e a sociedade”, conclui.

Para Danilo Tavares diretor de fotografia, a necessidade de registrar e realizar um filme que destacasse toda essa tradição, era gritante. ”Através desse material em audiovisual será possível preservar, perpetuar e propagar essa tradição atingindo grande número de pessoas”.
De acordo com Tavares o filme projeta a tradição caiçara através de um movimento popular, onde todos se respeitam. “A partir da relevância histórica, religiosa, social, e turística observamos a necessidade de realizar um filme que documenta toda a importância desta festa. Esse material tem o intuito de gerar maior visibilidade deste fato em meio à sociedade, e valorizar a cultura caiçara do estado de São Paulo.

A festa de Bom Jesus é considerada a segunda maior festa religiosa do estado de São Paulo. Com grande fluxo de pessoas, crescendo a cada ano.
O evento é realizado pela paróquia de Nossa Senhora das Neves com o apoio da prefeitura de Iguape. Com o envolvimento de todos, voluntários, fiéis e romeiros que participam das missas, novenas, palestras, procissões, shows e também da feira, onde são concentradas cerca de 500 barracas vendendo diversos artigos, que variam de vestuário á artesanato.

Argumento histórico: Em 1647, com o aparecimento da imagem do Senhor Bom Jesus, na Praia de Una, localizada na atual Estação Ecológica de Juréia-Itatins. Iguape se transformou num centro de intensa peregrinação religiosa. A partir de então, milhares de romeiros de diversas partes da baixada Santista e cidades do interior dos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, vêm à Iguape consolidar a fé e render graças ao Bom Jesus.


O Grupo Mundo Cultural foi criado em junho de 2003, nasceu da necessidade de agregar diversos segmentos culturais dentro de uma realidade física, aproximando tendências, conceitos, projetos e produtos culturais, proporcionando com isso o importante crescimento da cultura local. Há 4 anos o Grupo Mundo Cultural atua no mercado de produção e pós-produção de filmes de curta metragem, vídeos institucionais, videoclipes e documentários.


Santa Fé, produzido em 2006 foi o segundo documentário do Mundo Cultural. Será lançado em Iguape, mostra a popular Festa do Bom Jesus de Iguape no Vale do Ribeira estado de São Paulo. Mas ao longo dos últimos anos foram executados trabalhos para diversas administrações públicas. Prefeitura Municipal de São Vicente, SEDUC - Secretaria de Educação, Institucional para o DAPp - Departamento de Atendimento Psicopedagogico. Prefeitura Municipal de Santos, SECULT - Secretaria de Cultura, Institucional para o Corpo de Baile da Cidade de Santos2006, Bale da Cidade de Santos - Espetáculo Valentino – 2007, Encenação do Auto de Natal de Santos - 2006, Encenação da Paixão de Cristo – 2007. Secretaria de Estado da Cultura, Oficina Cultural Regional Gerson Ribeiro de Abreu, Projeto “Oficina Cinema Digital em Movimento – 2006, Documentário - Patrimônio Arquitetônico de Iguape – 2006, Curta-metragem - O TERCEIRO ELEMENTO - Iguape – 2006. Prefeitura Municipal de Iguape, Divisão de Cultura e Turismo, Encenação da 15ª Via Sacra ao Vivo - Paixão de Cristo – 2006. Curta-metragem: Morte em Santos -2002, Brasil/SP - Vídeo 7min. Roteiro - Maurício Oliveira, 13º Festival Internacional de Curtas-metragens de São Paulo, Festival de cinema de Tiradentes – MG, Festival de Curtas-metragens “ CURTA SANTOS I, II”, MIS, CINUSP. CINESESC, CCBB, CANAL BRASIL. Documentário “Um Grito” -2006, Argumento e Roteiro Maurício Oliveira, Mostra Paulista - Centro Cultural São Paulo, 17º Festival Internacional de Curtas-metragens de São Paulo, MIS, CINUSP.

29 de mai. de 2007

Documentário “Santa Fé” foi exibido dia 9 de junho em Iguape


Pré-lançamento foi no
IV Revelando São Paulo
o evento representa uma

vitrine para identidade cultural
de diversas regiões do Estado

Prestigiaram o pré-lançamento
aproximadamente 1000 pessoas


clique ao lado e veja o trailer do filme
Realizado pelo Grupo Mundo Cultural em 2006, o documentário Santa Fé foi exibido pela primeira vez. Gravado durante a Festa do Bom Jesus de Iguape. Registrou toda importância histórica dessa tradição luso-brasileira, que resiste há 360 anos.

De acordo com diretor Alessandro Cruz foi importante exibir o filme pela primeira vez no IV Revelando São Paulo, em Iguape. “Por se tratar de um encontro de diversas culturas que se identificam com o filme do Bom Jesus”.

O IV Revelando São Paulo - Vale do Ribeira, foi realizado em Iguape entre os dias 6 e 10 de junho, o projeto é realizado pela Secretaria de Estado da Cultura.

Santa Fé encerrou a programação de sabado. Com direito a discurso antes do filme.
Discurso na integra:

Boa noite a todos os presentes...

O Grupo mundo cultural tem a honra de exibir o documentário “Santa Fé” pela primeira vez em Iguape, no IV Revelando São Paulo, Vale do Ribeira.

Esse trabalho foi idealizado pelo Mundo Cultural no inicio do ano de 2006.

Quando na ocasião desenvolvemos o “Projeto Cinema Digital em Movimento” para Oficina Cultural Regional Gerson Ribeiro de Abreu.
A festa do Bom Jesus é um dos grandes acontecimentos da religiosidade popular, movimentando Iguape e o Vale do Ribeira. Com a passagem, de mais,
de 100 mil pessoas.

Dado toda a relevância dessa história, que resiste há mais de 360 anos... O registro tem a finalidade de projetar ao conhecimento de todos. A emoção dos romeiros, e dos cidadãos Iguapenses, no exercício de renovação da fé, ao encontro com Bom Jesus.

Em outras palavras, um documentário para cristalizar essa tradição, e para que a fé seja ressaltada como um instrumento precioso.

A fé e o conhecimento através da precisa comunicação, ainda são os bens mais importantes para o indivíduo, e toda à sociedade.
O Grupo Mundo Cultural é da cidade de São Vicente na baixada santista.

Um bom divertimento a todos... Muito obrigado
Além do documentário, no dia 9. Os turistas, e moradores da cidade puderam prestigiar uma diversificada programação que incluiu apresentações folclóricas e artísticas. Conhecer a culinária e os artesanatos característicos. Também estiveram inclusos no programa as devoções, representadas por atividades artísticas de grupos de violeiros, congadas e cortejos.

Segundo o idealizador Toninho Macedo, o Revelando São Paulo Vale do Ribeira mobilizou toda a região. “Queremos a cada ano aumentar as atividades e fazer um evento cada vez melhor”, finaliza.

Revelando São Paulo Vale do Ribeira 2007

Centro de Eventos “Casemiro Teixeira”
Rua Ana Cândida Sandoval Trigo, s/nº - Iguape – SP

De 6 a 10 de junho de 2007

24 de mai. de 2007

Salve-se quem puder, ou deus te abençoe ?

Crônica: questionável constituição da Justiça

Ao fim de mais uma correção das provas do exame da Ordem (OAB). O inesperado desagradou. Pelo menos é o que apontam os dados da própria instituição: total de reprovados na primeira fase 86,44%, dos 28.195 inscritos. Apenas 3.825 candidatos foram aprovados.

O problema, aparentemente, é causado pelas faculdades de Direito. Mas restam algumas dúvidas. É preciso não só levar em consideração a péssima estrutura das bases pedagógicas, ensinos fundamental e médio. Mas também, que: o baixo numero de formados sobreviveu há 11 anos, estudando em territórios extremamente violentos. Do outro lado dessa estatística, a pior parte. Os que desejavam estudar por vocação, morreram no percurso de uma bala.

Um exemplo disso foi o que ocorreu a família Ezequiel neste ano. A estudante Alana Ezequiel de doze anos também queria ser advogada. Morreu atingida por uma bala. O tio da vítima, Hélio José da silva, morreu no mês passado. Office-Boy de 25 anos, baleado na favela onde residia, Morro dos Macacos, Rio de Janeiro.

Estudando Jornalismo no ano passado entrevistei uma humilde jovem de apenas 15 anos, na Bacia do Macuco em Santos. O que me impressionou foi quando relatou seu projeto de vida. “Um dia serei uma grande advogada”. Observado, por seus olhos apreensivos, tentei transmitir à menina, meu incentivo: “que deus te abençoe”.

Notem a estranheza da constituição brasileira. No mês de fevereiro, motivados pelo crime do menino João Hélio, que foi arrastado e morto, Deputados no Congresso votaram projetos mudando o Código Penal.

De acordo com publicação da revista Veja de 18 de abril, 2007. Aprovaram sem ao menos ler. A proposta encaminhada pelo ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, em 2005. Uma mudança na Lei de Crimes Hediondos.
Dar o direito de liberdade provisória aos sórdidos detentos condenados por crimes repugnantes, já é comum.

Depois de tantos dados negativos, qualquer conclusão ou previsão sobre o futuro pode ser comprometedora. Ah! Lembrei de uma frase do filósofo Confúcio: “Tudo que muda permanece”.
O ser humano evolui, no entanto produz cada vez mais lixo. Mudar é necessário. Para que as velhas formas de violência não mais estraguem a expansão do conhecimento científico, as conquistas da humanidade, e a permanência dos justos. A responsabilidade da educação deve ser prioridade no Brasil e no mundo, ou salve-se quem puder.

15 de mai. de 2007

"Santa Fé"

A 15º edição da Via Sacra, a Paixão de Cristo de Iguape. Contou esse ano com o registro cinematográfico do Grupo Mundo Cultural. A encenação foi realizada no centro histórico, um cenário repleto de casarios da antiga colonização portuguesa. A cidade mantém uma forte cultura católica há 360 anos, com a realização da festa de Bom Jesus de Iguape. Em agosto de 2006 a equipe de filmagem do Mundo Cultural esteve na festa do Bom Jesus e ainda este ano lançará o documentário “Santa Fé ”.

Assista o macking-off da 15ºVia Sacra A Paixão de Cristo, Iguape 2007
http://www.youtube.com/watch?v=hFPIAxpaW6A

Emoção, desafio, coragem, ousadia, realização de um sonho. Estes são alguns dos sentimentos que os atores que atuaram na “XV Via Sacra – Paixão de Cristo” vivênciaram ao pisar no Centro Histórico de Iguape para representar os últimos dias da vida de Jesus. Usando pela primeira vez como palco a fachada do casario datado dos séculos VXII e XVII e a esplanada da Basílica do Bom Jesus, a encenação que teve envolvimento de todos os departamentos da Prefeitura Municipal, apoio da Secretaria de Cultura do Estado através da Oficina Cultural Gerson de Abreu, foi concebida, montada, ensaiada e encenada em pouco mais de um mês.


Envolvendo mais de 100 atores veteranos, novatos e figurantes, a Paixão de Cristo obteve tratamento de superprodução para os padrões do Vale do Ribeira. Com iluminação e trilha sonora produzida pela empresa Som da Ilha, o espetáculo emocionou atores e público durante os dois dias (5 e 6 de abril) em que o espetáculo foi apresentado na Semana Santa.

Dirigido pelo diretor Menon de Sá, a encenação teve como ator principal o iguapense Anderson Ribeiro, para quem encenar pela primeira vez Jesus foi um desafio: “No dia em que me presentearam com o papel do Cristo, para mim foi a realização de um sonho. Uma emoção e um desafio ao mesmo tempo. Aquele tipo de papel que a gente treme ao receber, mas tem que se superar e, quando tudo termina, você pensa: ‘consegui! ’”, exultou o ator, que há seis anos começou a atuar mais como uma brincadeira de colégio na Cia. Municipal de Teatro Aguapé e acabou encontrando no teatro uma forma de aprimoramento pessoal.

O segundo papel mais importante da encenação foi da atriz veterana Cláudia Elisa, que atuou como Maria, mãe de Jesus. Cláudia que já trabalhou em diversas peças há 13 anos e tem afinidade com papéis ousados, foi ganhadora do prêmio de melhor atriz no Festival de Teatro do Guarujá em 1998, com a peça “A Casa de Bernarda Alba” do autor Garcia Lorca. “Na Via Sacra já encenei Salomé, a primeira dançarina de Heródes, Maria Madalena, que creio foi apaixonada por Jesus e uma das tentações de Cristo no deserto. Só faltava Maria que não é uma mulher ousada, mas forte”, explicou a atriz.

Ao lado de tantos veteranos, alguns premiados em festivais como o ator Carlos Júnior (diretor do Departamento de Cultura de Iguape), que desempenhou Heródes, e José Ricardo, “Duda”, que encenou João Batista, além de Chiquinho Lima como o sacerdote Zerha, Paulo Soares, o sumo sacerdote Caifaz e Henrique Viviane como Pilatos, quem surpreendeu foi o estreante Michel Ghelard, que nunca havia atuado.


Compenetrado no papel como o chefe da guarda romana Quintilius, Michel que é funcionário do Departamento de Trânsito compôs seu papel estudando história romana e assistindo filmes como “Gladiador” e a “Paixão de Cristo” do diretor Mel Gibson. “O convite foi um susto, pois nunca imaginei atuar no teatro (...)com os ensaios percebi que o personagem era de ordem e incorporei a imagem autoritária, tensa e fria que imaginei como deveria ser um guarda romano da época”, disse o novato que foi bastante elogiado em sua atuação e pretende continuar estudando e participando de outras peças.

Matéria publicada no Jornal regional On-line

http://www.regionalonline.com.br/geral45.htm

Flávia Domingues é Jornalista e colaboradora do Grupo Mundo Cultural

9 de mai. de 2007

Comentário publicado na seção de cartas do Estadão

Humberto Corrêa, Campinas

"A mídia nos apresentou o menu e a carta de vinhos que serão oferecidos ao papa, a origem das flores que ornarão seus aposentos e até o tipo de madeira utilizada nas cadeiras que utilizará no encontro com Lula e Serra. Sabemos os nomes dos seus cozinheiros, das costureiras de sua indumentária e roupa de cama, dos marceneiros dos seus móveis de quarto. Todavia, precisamos conhecer as proposições do Vaticano para cessar o êxodo de católicos para as outras religiões. A assessoria de imprensa da Igreja bem poderia direcionar a atenção do público para um pouco além do show business."

8 de mai. de 2007

Morro São Bento, uma comunidade mais perto do céu


IDENTIDADEMORADORES PRESERVAM AS TRADIÇÕES EXERCENDO CIDADANIA COM SOLIDARIEDADE


Nas subidas e descidas do Morro São Bento habitam 9 mil moradores. Que mesmo vivendo em meio aos conflitos da sociedade, preservam suas tradições exercendo cidadania em prol de toda comunidade. Unidos pela fé, conservam a identidade e origem. O local recebeu esse nome por causa do Mosteiro de São Bento, que hoje abriga o Museu de Arte Sacra.

Quem não conhece suas perigosas inclinações facilmente se perderia. As vias são movimentadas e oferecer carona tornou-se um hábito freqüente: “Vai subir ?” é uma pergunte comum para as dezoito voluntárias da Pastoral da Criança. Elas trabalham auxiliando as mães de familias pobres, objetivando o ganho de peso em crianças desnutridas. Mensalmente, a Pastoral distribui para os moradores a multi farinha, que é um preparado superprotéico, e fazem a pesagem da garotada.


A antiga Praça do Largo São Bento agora chama - se Praça Vasco Carmano Gonçalves, o lugar de maior movimento da região. Lá que estão a escola, a Casa da Cidadania, o posto policial, o comércio e a principal igreja, a Paróquia de Nossa Senhora da Assunção, a qual exerce um papel importante de unir os moradores.

De acordo com a secretária da igreja, a descendente de portugueses Maria de Fátima Martins Pestana, 51 anos, todos são solidários e engajados pela comunidade. “Essa união é tristemente demonstrada quando morre um morador. O morro inteiro desce”.
Para ela, o morro é abençoado. “Vivemos realmente em comunidade “.

5 de mai. de 2007

Sacolas plásticas: acabamos com elas ou acabamos dentro delas




Ambientalistas do mundo todo declararam guerra ao desperdício e às sacolas. Sua única arma é a conscientização através dos três R: Reduzir, Reutilizar e Reciclar. No ato da compra, ao passar pelo caixa, o consumidor embala os produtos. Não raro, acaba levando para casa várias outras sacolas plásticas, para usar como recipiente de lixo. Ou simplesmente, descartam-nas sem qualquer cuidado. O que muitos não sabem é que uma sacola plástica demora até 450 anos para se decompor.


O assunto rende até na internet. Para se ter uma idéia, ao pesquisar no Google os termos "sacolas plásticas", apareceram 115 mil páginas sobre o assunto. Elas tratam de fabricação, comércio e projetos ambientais até blogs em que o assunto é tema de discussão.


Essas de supermercado são feitas de plástico filme, produzido a partir de uma resina chamada polietileno de baixa densidade (PEBD). As sacolas representam uma boa parte do lixo do País. São as mesmas que entopem os bueiros, provocando inundações. Dos bueiros, elas são carregadas para os riachos, lagoas e para o mar. Sem falar que este plástico é de difícil reciclagem e de custo altíssimo.


O trabalho de conscientização deve ser priorizado e feito de forma direta: através de diagnósticos e oficinas sócio-ambientais. Isto inclui dinâmicas de grupo, palestras, discussões e gincanas, capacitando formadores de opinião, como professores. Mas a conscientização da população precisa ocorrer o quanto antes. Estamos atrasados. Temos que buscar uma melhor qualidade de vida. Ou o futuro estará comprometido.

4 de mai. de 2007

Vereadores de São Vicente reajustam absurdamente salários de assessores, R$ 1.200 para R$ 6.500

"Rampon" o presidente do legislativo, volta atráz e premia assessores com super aumento

Em 19/12/2006 publicado no Jornal A Tribuna. “Não teremos aumento algum nos próximos dois anos”, disse o então eleito presidente da Câmara, Gilberto Rampon (PSB). A população vicentina, sobre tudo os católicos. Vai adorar saber o tamanho do descaso, aumentou de R$ 1.200 para R$ 6.500. Quase 20 vezes mais que o salário mínimo. Com grande apoio da Igreja Católica, o presidente um cristão, tem no mínimo que explicar a inverdade.

Em março aprovou o aumento. Só os R$ 1.200, multiplicados por 50 assessores somam R$ 60.000,00 mensais. Ao longo de um ano, R$ 780.000,00. O suficiente para construir 130 casas populares. Os amigos vereadores, no entanto, multiplicaram essa bolada aumentando os gastos com seus pupilos.

A vergonha não pára por aí. A lei que autorizou o reajuste, apesar de validada só em março, previu a retroatividade do aumento. Isso mesmo, os bem remunerados assessores tiveram não só, um maior ganho, mais um acúmulo. Recebendo então as diferenças de valores referentes a fevereiro e janeiro também.

A Presidência, que contava com três assessores, passou a ter cinco. Foram criados mais dois cargos. Nomeados por indicação, sem concurso público. Rampon quebrou um jejum de 23 anos. Desde 1984 não eram criados cargos no Legislativo vicentino.

Veja mais http://www.metropoleonline.com.br/layout/noticia.php?noticia=2069;&editoria=21

3 de mai. de 2007

“Ter ou não ter” cultura em São Vicente, eis a questão?


São Vicente é o município que mais se desenvolveu economicamente em toda região, alcançando grandes índices tributários, fortaleceu o comercio, criou no vicentino um patriotismo fundamental que elevou a historia da sua fundação a grandes veículos de comunicação dentro e fora do Brasil.

Hoje nos perguntamos: “Porque nossa cidade é tão bem desenvolvida e tão atrasada culturalmente”? Estas perguntas poucos conseguem responder.

Nossa cidade é considerada um cartão postal do litoral paulista, 1° município a ser fundado, 1ª câmara das Américas, 1ª civilização e por ai vai. Nossa historia é bem contada por diretores teatrais, artistas globais e comunidade. Na encenação dos cegos de Martim Afonso, tudo muito belo.

Mas a grande frustração, do povo Calunga, esta no depois... O que acontece quando tudo acaba? Porque temos que nos contentar com a lacuna que sofremos ao longo do ano esperando a próxima encenação chegar? A Princípio esta encenação pertence a quem? Ao poder público?Aos Vereadores? Ao “Secretario de Turismo e Cultura”? Ou pertence aos artistas da cidade? Que mesmo com todas as dificuldades e condições mínimas de outrora, suavam seu figurino. Encenando ao sol quente todos os passos da chegada do Martim Afonso em São Vicente?

Assim sendo, percebemos que com o passar do tempo, houve uma grande frustração dos artistas de nossa cidade. Além de uma grande descrença em relação às condições miseráveis que ocupam, quanto fazedores de arte e cultura. Basta trabalharmos em um raciocínio lógico, que percebemos o incrível sucateamento dos nossos pontos de cultura.

Mas o que mais possuímos? Que pontos são estes? Temos equipamentos culturais funcionando corretamente? Uma sala de espetáculos para manifestações de artistas de nossa cidade?

Citarei alguns exemplos:

1ª Vila de São Vicente: (Voltada apenas para a programação comercial da associação mantenedora, lá você pode desfrutar de bebidas, quitutes e até mesmo comprar algumas bugigangas iguais às revendidas na 25 de março), ainda possuí um teatro de bolso, que se transformou em um guarda roupas de tranqueiras da encenação e entulhos da vila.

2ª Cine 3-D ou Centro Cultural da Imagem e do Som: Voltado á exibição de filmes, e encontros de audiovisuais, possui uma biblioteca com alguns livros interessantes, e um acervo audiovisual de um importante colecionador, do outro lado algumas exposições de telas, mas qual a programação? O que exatamente acontece naquele equipamento?

3ª Casa Martim Afonso: (antigo JOBAS) Abriga importantes exposições e informações do nosso município.

4° Centro de Convenções: O mais colossal de nossos pavilhões, um grande espaço, bem localizado, próximo à rodovia, e com grande área de estacionamento e boa ventilação, mas o que acontece mesmo por lá? No pavilhão, asseguramos que a programação dos shows e bem intensa, eventos institucionais e algumas feiras. Lembrando que tudo é muito bem pensado e voltado ao apelo popular. Com o intuito de formação de palanque político. Agora o Auditório é uma tristeza, não tem estrutura pra quase nada, tudo tem que ser adaptado e sub-locado.

A grande dúvida que permeia é o que faremos culturalmente no futuro, da nossa cidade? Poderemos nos transformar em uma cidade com grande número de dançarinos de lambaeróbica, artistas de rua ou malabaristas de semáforos. Já que na cidade não existe um teatro, a solução e ganhar dinheiro nas ruas. Cantores de Funk, porque é uma das manifestações culturais mais próximas da comunidade, nada contra os fankeiros. Ou então nossos famosos shows de bairros: rua de lazer, dia de alegria, domingo legal... Isso varia de acordo com o político e bairro.

Acreditamos que em um futuro bem próximo nossa São Vicente, se destacará com estes maravilhosos atrativos culturais para a população. E com isso representaram á cidade em grandes competições no território nacional, ou até mesmo no Domingão do Faustão, “Se vira nos trinta”.

O que difere São Vicente de qualquer município da nossa região é a incapacidade de um bom gerenciamento de nossos equipamentos culturais! Porque não existe mais a Secretaria de Cultura? Porque esta pasta passou a ser uma divisão dependente do Turismo? Como pessoas que não possuem sensibilidade artística e capacidade de discernimento sobre o assunto, podem gerir duas Secretarias Municipais?

Isso ocorre porque pessoas despreparadas ocupam vagas que deveriam ser ocupadas por profissionais capacitados no assunto “cultura”. A ausência de artistas locais debatendo o planejamento cultural do nosso município, faz com que estes interesses sejam voltados apenas aos comerciantes e políticos.

Para uma melhor condição humana de desenvolvimento de sociedade, precisamos repensar o que estamos fazendo! Sentimos cada vez mais necessidade em constituir em nossa cidade um Conselho de Cultura, para então tentar realizar a sua atribuição constitucional. Elaborar junto ao poder legislativo um Plano Municipal de Cultura, até mesmo a criação de um Fundo de Incentivo à Cultura.

A atuação do Conselho de forma participativa com a comunidade cultural, inserindo-o em atividades do Estado e Governo Federal. Possibilitando aos agentes culturais da cidade, um canal de comunicação direta com os conselheiros. Concretizando com isso uma gestão voltada para desenvolver uma política cultural inclusiva e transparente.

25 de abr. de 2007

Insanidade cinematográfica


Sabe aquela realidade que dificilmente é abordada, aquela matéria que te choca? Aconteceu comigo. Final de primeiro semestre e uma reportagem da Andréa Dip caiu em minhas mãos. O título era Cidade dos Esquecidos. O texto relatava a realidade das instituições psiquiátricas no País. Foi publicado em março de 2006 na revista Caros Amigos.

A inquietação tomou conta mim e a sintonia aconteceu. Recebi um e-mail da Kinoforum, uma Associação Cultural que trabalha com cinema. Era um convite para a inscrição de argumentos de roteiro para documentário. O encontro da fome com a vontade de comer.

Eu já havia feito um trabalho com o grupo em 2002, um curta de ficção, chamado Morte em Santos. O resultado igualmente seria produzido e exibido no Festival Internacional de Curtas-metragens de São Paulo.

Mandei meu argumento assim:

"A idéia, o conceito desse documentário é trabalhar dois movimentos: internação e recuperação. Serão utilizados como eixo principal os depoimentos de dois ou três ex-usuários do sistema manicomial, que atualmente desenvolvem atividades alternativas de convivência, trabalho e arte, pontuados com afirmações de entrevistas de especialistas no assunto: um psiquiatra, com opinião mais ortodoxa, e um psicólogo, com visão mais humana".

Vinte minutos depois, recebi uma ligação. Era o produtor me passando um contato, Francisco de Assis, ex-usuário do sistema, um novo amigo, com quem trabalhei no roteiro, figura fundamental na pesquisa e nos contatos.

Foram três finais de semanas. Durante os jogos da Copa do mundo, nos encontrávamos no Centro Cultural São Paulo, para fazermos tratamento de roteiro. Conheci muitos personagens através do Chico. Muitas histórias e cada uma... Pode ter certeza, daria um filme. Na coordenação do trabalho, um experiente roteirista, Daniel Chaia.

Após entregarmos o roteiro oficialmente à equipe de produção, não posso negar. Foi uma longa espera, dois meses, até a primeira projeção.

Sábado, 26 de agosto, Museu da Imagem e Som (MIS), Avenida Europa, São Paulo. A expectativa era muito grande, 17º Festival Internacional de curtas-metragens de São Paulo, muito glamour, chique mesmo. Reencontrei o Chico, o personagem principal. Ele assinou o roteiro comigo e acabou fazendo uma participação - atuou numa seqüência de ficção que recorta os depoimentos.

Uma experiência indescritível, aquela sessão das 18h00 de sábado. No cinema, as pessoas foram chegando, se acomodando as poltronas. Apreensivo, identifiquei alguns personagens. Foi bom revê-los. Em alguns instantes, a sala estava lotada.

De maneira simples e, ao mesmo tempo, como numa première, fui convidado a apresentar meu trabalho. Falei um pouco sobre o processo e fui direto ao ponto. O Brasil tem hoje 42 mil internos em 240 hospitais psiquiátricos. A violência consiste na má administração de remédios e ainda de eletrochoques. Em 1991, no Juquery, foram encontrados em um cemitério clandestino os restos mortais de mais de 30 mil homens, mulheres, crianças e bebês. E ainda pedaços de corpos, muitos braços e pernas. Chegamos aos anos 90, com quase 100 mil pessoas internadas, e em 2006 com mais de 300 mil mortos dentro dos muros dos manicômios.

Um Grito foi o nome que escolhi para o filme. Foram apenas 10 minutos, mas, quando subiram os créditos e acenderam as luzes, olhei para o lado e vi uma jovem chorando. Lembrei-me da indignação que tomou conta de mim ao ler sobre o assunto, das pessoas que conheci nos espaços de convivência. Agora, mais forte para continuar a projetar meus pensamentos, sigo idealista, tentando mudar a realidade através da comunicação, agora em linguagem global e com legenda em inglês.

O filme é apenas "um grito" entre muitos que ecoaram sem nunca serem atendidos. O documentário será exibido em festivais por todo País e pelo mundo.

Ao virar esta página, concluo algo que levo comigo: o ser humano é um bicho muito estranho. Mas, como diz um grande professor que tive em minhas andanças pelo mundo, "existem várias maneiras de se fazer algo, mas procure sempre agir corretamente".

No texto de Antonin Artaud, Van Gogh: Suicidado pela Sociedade, o autor pergunta: o que é um autêntico louco?

Ele mesmo responde: "é um homem que preferiu ficar louco no sentido socialmente aceito, ao invés de trair uma determinada idéia superior de honra humana".

Assim, a sociedade mandou estrangular nos seus manicômios todos aqueles dos quais queria desembaraçar-se ou defender-se porque se recusavam a ser seus cúmplices em algumas imensas sujeiras.

Pois o louco é o ser humano que a sociedade não quer ouvir e que é impedido de falar certas verdades intoleráveis.

Fazer cinema é isso: uma loucura.

José Dias Herrera, história pra contar


Como fotojornalista registrou Santos e o litoral


Sinônimo de fotojornalismo. Iniciou sua carreira na fotográfia aos 13 anos, admirando uma vitrine de artigos fotográficos. Foi convidado pelo dono do comércio para trabalhar. Aos 86 anos e mais de meio século dedicados a arte da luz. O fotografo José Dias Herrera, recebeu na prefeitura um grupo de focas da Unimonte.
Em uma hora de entrevista falou das dificuldades do início de sua vida e contou sua trajetória profissional. Estudantes do terceiro ano de Jornalismo: Júlio Ibelli, Vanessa Sabino, Ederson Bertochi, Anderson Alves e Mauricio Oliveira, realizaram o trabalho pautado, mas acima de tudo reconheceram e concordaram em gênero, número e grau. Naquela manhã receberam uma lição de vida e de quebra uma aula de fotojornalismo.
Filho de imigrantes italianos e espanhoís, veio para Santos muito jovem, hoje com um respeitado patrimônio, tem orgulho em dizer “não era moleza”. Tem duas filhas e cinco netos. Casado há 52 anos com Ilza Queiroz Herrera.
Iniciou no fotojornalismo trabalhando para o Diário com 17 anos, e não parou mais, logo foi para A tribuna. “Sempre tirei fotos com prazer, desde presidente, militares, civis até mendigos”.
Nascimento, dono de A Tribuna na época ficou com raiva por ele ter ido trabalhar na concorrência. Escolheu o diário de início por que, A Tribuna não pagava salário. “Só trabalharia se tivesse a mesma oferta". Mas pra frente, quatro tentativas depois o empresário concordou com a idéia de pagar. Fez um laboratório, onde Herrera ficou até aposentar. Há 12 anos fotografa para assessoria de imprensa da prefeitura de Santos.
Naquela época ia para o litoral e ficava uma semana tirando fotos. Não havia condução pra lá, muito menos hotel e restaurante. “Comia banana, isso quando tinha”.
Nunca se especializou em fotografia, aprendeu tudo sozinho. Ganhou muitos prêmios. O dinheiro extra vinha com fotografia de casamentos, pois na época eram poucos os fotógrafos de cerimônias.
Questionado sobre o uso do equipamento digital. Justificou seu descontentamento.“Agora com o uso das digitais, a fotografia perdeu o glamour, a máquina faz tudo.A era da fotografia comum foi destruída, pela era digital. Vejam o caso da Kalfman, maior comerciante de fotografia da época com cinco lojas espalhadas pela região acabou fechando”.
Herrera fez várias coberturas esportivas, onde viajou o mundo, inclusive acompanhando o Santos Futebol Clube em viagens. “Não importa a área onde se fotografa, o importante é gostar do que faz”.

Para ele era um estilo de vida. Em várias temporadas, contratado pela revista o Cruzeiro, um periódico da época dos cassinos. Ficava instalado em hotéis de luxo com atendimento exclusivo. Frequentou as altas rodas da sociedade
Gostava de dominar a máquina, regular ela do seu jeito. Hoje a automação da ferramenta de trabalho, não lhe agrada.
“Pra mim a fotografia foi a sobrevivência, o trabalho é uma maravilha, além de gostar me divirto muito”.

Democracia alienante ou às avessas?

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que atualmente 27,55% das crianças de 13 anos do Rio de Janeiro, de alguma forma, já foram adotadas pelo narcotráfico. Delas, 90% usam maconha e 23%, álcool. Segundo a pesquisa, os fatores que atraem essas crianças, por ordem de importância, são a adrenalina, identidade com o grupo, as chances de ganhar dinheiro, a sede de poder e, por fim, o consumo pessoal.

O Brasil cresceu lentamente nos últimos 30 anos. Pobres são os herdeiros de brasileiros que trabalharam pela nação e muito pouco lhes foi dado em troca. Os filhos sofrem as conseqüências de habitar um país de políticos sem a menor boa vontade e sedentos de poder.

Duro é lembrar os resultados da pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) em 2005. Apontando dados sobre analfabetismo funcional e absoluto e concluindo que somente 25% da população brasileira entre 15 e 64 anos conseguem ler e escrever plenamente, a pesquisa mostra que 75% encontram dificuldade ou nenhuma habilidade na leitura e na escrita.

No mínimo, três gerações de brasileiros foram condenadas ao extermínio e, pior, sem a menor chance de defesa contra a fome, a violência urbana e a falta de educação formal. De um outro lado da democracia, o clientelismo partidário compra votos na boca das urnas e nas barbas do Tribunal Superior Eleitoral.

Já que citei as crianças, elas sim são as que mais sofrem nesse contexto. Perdem a inocência em um curto espaço de tempo e em regiões mais tribais são abusadas sexualmente antes dos 10 anos de idade. Isso é tão grave que, enquanto você lê este texto, possivelmente uma criança está sendo estuprada e provavelmente outras estão se prostituindo em algum lugar abaixo da linha da pobreza.

Quando se é pobre ainda é possível viver com dignidade e amor, mas a miséria acaba com tudo. O mercado de consumo chega forte e com grande investimento em pesquisas, as mesmas que não são usadas pelos governantes para melhorar a qualidade de vida dos seus eleitores. Com os valores morais vencidos pela mídia, jovens brasileiros mergulham no submundo do crime na tentativa de suprir a necessidade de trabalho e amor. A indústria cultural impõe a promiscuidade e gera filhos sem pais.

Até quando os governantes dessa nação vão continuar desviando o dinheiro público? A estrutura social não suporta tanto descaso. É preciso criar projetos que realmente funcionem para conscientizar os jovens olhares formados pela mídia.

Viva a Democracia!


Eleições traduziram a indignação popular

Com o resultado das urnas da eleição do último dia 1o. de outubro, a nação decidiu os deputados, senadores e até alguns governadores no primeiro turno. Mas é impressionante como o país se encontra dividido em relação ao cargo da presidência da República. A prova está no percentual: Lula com 48,61%, e Alckmin com 41,64 dos votos.

Nunca na história do País ocorreu uma disputa como esta, tão acirrada. A definição de um segundo turno ou não para presidência ficou para apurações finais. Pois é! Foi no clima de segundo turno que a redação do Virtual foi às ruas para falar com o povo.

Com a pauta na mão e diversas perguntas na cabeça, entrevistamos todo tipo de gente. A intenção era saber o que pensa o eleitor da região sobre esse novo episódio da democracia.

Alguns deles, ainda sem conhecimento do cenário político, desabafaram. Outros, cientes do exercício da cidadania usando a oportunidade, se manifestaram. Enfim, o importante na democracia é a liberdade.

O primeiro entrevistado foi o técnico em eletrônica Agnon Moreira Bastos, 31 anos. No momento, ele está trabalhando em dois períodos. Faz manutenção pela manhã e dá aulas técnicas à noite. Ele afirma acreditar em mudanças e, se não tivesse esperanças, anularia seu voto. "Tudo que aconteceu já ocorre há muito tempo", disse. "Isto só apareceu porque a atual oposição é muito forte".

Em tom de desabafo, a técnica de enfermagem do Incor, Magda Araújo da Silveira, 33 anos, afirmou que a área da saúde não recebe investimentos. "Já perdi as esperanças. Esses escândalos são bem a cara dos políticos que atuam no país". Para ela, os atuais não têm ética em ângulo nenhum. "Trabalhei no setor público. Meu antigo chefe era um desses. Para falar a verdade, uma covardia injusta".

Ao conversar com uma dona-de-casa que preferiu não se identificar, fiquei surpreso com tamanha irritação. Quando perguntei a ela sobre as possíveis mudanças no país, ela afirmou, com raiva, que não votaria em determinado candidato porque ele era a favor do PCC. Perguntei a ela quem havia dito isso. A resposta foi direta: "a televisão".

"Parece que não estão lá para ajudar e sim para roubar", acredita a atendente Magale Araújo da Silva, 27 anos, logo respondendo em tom de ironia. "No fim, tudo termina em pizza".

Desempregado, o jovem Ary Oliveira Mariano Neto, 20 anos, vive como free-lancer, ou melhor, do famoso bico. Ele afirma que ficou surpreso com os resultados. "Depois dos fatos ocorridos, pensei que as coisas iriam mudar", disse. Neto ressaltou que no Brasil é muito difícil estudar. "Tem que correr atrás do prejuízo, mas há sempre uma esperança na melhora das políticas de educação".

Segundo o bacharel em direito, também desempregado, Miguel Spósito, 55 anos, o país precisa dar oportunidade a outros políticos. Para ele, a cada quatro anos deve ser feita a renovação. "A grande maioria não sabe votar em função da precariedade da educação, ou seja, são vitimas da escolha feita no pleito", explicou.

De acordo com o assistente financeiro, Edson Reis, 42 anos, a democracia brasileira esta engatinhando e grande parte da população não têm preparo para votar. "A legislação precisa ser enérgica com a corrupção, mas já ocorreu uma melhora".


Veja mais sobre este assunto:

A democracia plena na prática libertária

A evolução da mídia e a 'igüinorância'


É inegável que o acesso à informação ficou fácil. No entanto, a qualidade desta é questionável. Fenômenos midiáticos bombardeiam os veículos e invadem nossas casas a todo instante, seja pelo rádio, televisão, internet e até mesmo por terceiros.


Jovens e até adultos sofrem conseqüências às vezes até fatais. Estas são causadas pelo excesso de informação sem o conhecimento necessário para entendê-la. Um exemplo disso são os casos em que crianças que freqüentam a Internet passam informações a estranhos e acabam sendo vítimas de violência.


Não é nenhuma novidade que a população está sendo vítima do mercado de consumo e da classe política do País, portanto, sendo manipulada. Por outro lado, a educação começou evoluir, mas quando começaremos a colher esses frutos?


A discussão que proponho neste artigo é a de questionar o papel da Comunicação Social na sofredora sociedade de massa. A formação do olhar fica comprometida quando um departamento comercial coloca preço na informação editada em um jornal. É difícil manter a esperança. Fica aquela sensação de salvem-se quem puder!


No meio deste capitalismo brutal, está você, eu e todos os brasileiros, do mais simples ao intelectual. De todos, alguns exercem um papel fundamental. São os professores e os jornalistas, estes capazes de revolucionar uma nação. Todos se perguntam como melhorar esse Brasil. Não vejo outra solução se não a de melhorar a qualidade da informação, levando-a de uma forma simples a quem realmente precisa dela.


Pesquisas realizadas pelo Núcleo de Comunicação e Educação (NCE) da Escola da Comunicação e Artes (ECA), da Universidade de São Paulo (USP), apontam novos caminhos, aproximando as disciplinas da Educação e da Comunicação Social. A união resultou em uma nova disciplina, a Educomunicação, na qual se utiliza os meios de comunicação - TV, rádio, jornais, revistas, cinema e Internet - como complementos no programa escolar.


Educomunicação pode ser a alternativa para o jovem estudante de Comunicação Social e Pedagogia que queira fazer algum tipo de mudança significativa na sociedade. É um conceito com o objetivo de construção de cidadania ligado pela relação entre a comunicação e a educação. Esta mudança facilita o acesso da tecnologia às classes populares, podendo garantir o resgate de culturas, o registro da transformação e, por fim, a sobrevivência das comunidades que construíram através de seus antepassados esta nação que, hoje, é reconhecida por sua rica cultura popular no mundo.

Daniel Salgado lança o livro O Caçador de Gigantes

Segundo o autor, uma obra de fantasia que não foge da realidade

O escritor santista Daniel Salgado, após lançar O Caçador de Gigantes na Bienal Internacional do Livro, em São Paulo, apresentou sua obra em Santos no último dia 7, distribuiu autógrafos e conversou com os leitores na livraria Realejo.

O Caçador de Gigantes, publicado pela editora Novo Século, integra o gênero literatura de fantasia. Transporta o leitor para cenários lúdicos, com deuses gregos e povos vickings, mas que segundo Daniel, não foge dos assuntos da atualidade. "O livro é o primeiro de uma trilogia que desejo publicar, Contos de Arian".

De acordo com o autor, o livro parte da sua experiência na vida real e acrescenta ingredientes da mitologia. "O personagem enfrenta dificuldades para sobreviver. O afeto é representado pela relação paternal".

A literatura de fantasia ganhou a mídia com os livros da série Harry Potter. Entretanto, está sólido no mercado com vários títulos e autores há algum tempo. Seus leitores são fiéis e costumam ter mais em comum: jogar RPG (Roleplaying Game, do inglês, jogo de interpretação) ou ler quadrinhos.

O professor de xadrez, Douglas Vieria, 26 anos, afirma que lê o estilo e joga RPG desde 97. Para ele, é instrutivo quando são abordados temas sociais, como amor, trabalho e preconceito. "Tento trazer as situações competitivas de jogo e das estórias para vida real", explica. "A idéia é melhorar o dia-a-dia".

Se você quiser saber mais sobre o livro, visite o site da editora Novo Século.

Histórico

Foi com O Senhor dos Anéis, lançado em 1954, que o gênero fantasia ganhou força. Influenciou autores que lançaram títulos e jogos. Quem ganhou foi o leitor, levado para mundos diferentes através do RPG Dungeons and Dragons e para o futuro, com Star Wars.


Veja mais sobre este assunto:

RPG, o jogo da interpretação que resgata a leitura

Grupo Mundo Cultural filma institucional para DaPp

Trabalho será exibido em simpósio para capacitar educadores

Nesta próxima quinta-feira, dia 26 de outubro, ocorrerá o 3º Simpósio sobre Dificuldades de Aprendizagem, no Centro de Convenções Costa da Mata Atlântica. A Divisão de Atendimento Psicopedagógico (DAPp), organizadora do evento, contratou a produtora do Grupo Mundo Cultural para realizar um filme institucional sobre o trabalho multidisciplinar desenvolvido. Este filme será exibido na programação, entre as palestras.

A DAPp realiza atendimento psicopedagógico, avaliações psicológicas, fonoaudiológicas e social para os alunos da rede municipal de ensino de São Vicente. O trabalho é feito junto a alunos com idade entre 5 e 14 anos, encaminhados pelas escolas quando apresentam dificuldades que prejudicam o desempenho educacional. As ações têm o objetivo de identificar o problema o quanto antes, evitando um possível fracasso.

De acordo com os membros da equipe de produção, o processo de captação de imagens para o filme durou três dias intensos e o resultado final foi gratificante. "Registrar o trabalho desenvolvido com crianças e poder mostrar os resultados positivos é sempre gratificante", afirma o diretor de fotografia Alessandro Cruz. "Usamos uma linguagem bem própria, nada daqueles vídeos técnicos quadrados", explica o cinegrafista.

Segundo o editor de imagens Danilo Tavares, o legal é mostrar o trabalho que o DAPp realiza para melhorar as condições de aprendizado dessas crianças. "Trata-se de uma realidade tão próxima de todos que poucos conhecem". Para a coordenadora do DAPp, Márcia Nascimento de Faria, o 3º Simpósio vai mostrar o desenvolvimento do trabalho de quase dez anos. "No começo, éramos apenas três profissionais. Fazíamos as avaliações de forma itinerante". Márcia afirma que o simpósio é para capacitar os educadores. "Recebemos profissionais da área da educação de toda a baixada". Serviço: O trabalho da DAPp é realizado em duas unidades. A Unidade I fica na Rua Armando Sales de Oliveira, 124, Vila Valença (telefones 3466-6462 e 3467-0442). Já a Unidade II localiza-se na Rua Gilberto Esteves Martins, 1.240, Jardim Rio Branco (telefone 3576-6388).


Veja mais sobre este assunto:

III Simpósio sobre Dificuldades de Aprendizagem

Para mais informações, visite o site oficial do município de São Vicente

Autoridades debatem o futuro do gás no pólo industrial


Nos dias 22 e 23 da próxima semana, será realizado em Cubatão o Seminário Mega Pólo com Agenda 21 - 2006. O evento vai reunir políticos e empresários para discutir o futuro do maior pólo petroquímico e metalúrgico da América Latina. Entre os destaques, está o gás natural como fonte de energia.


Os seminários ocorrem no Bloco Cultural da prefeitura de Cubatão, que também patrocina o evento.


Agenda21


dia 22


* 18h - O Seminário Mega Pólo com Agenda 21 - 2006


O principal objetivo é concretizar uma política permanente que estimule o desenvolvimento das cidades que integram a Baixada Santista. Paulo Skaf, presidente da Fiesp, iniciará o evento falando sobre Indústria, Motor que Alavanca as Exportações e Gera mais Empregos.


Dia 23


* 9h - Novos Investimentos no Pólo Industrial de Cubatão


Tema a ser discutido por cinco representantes de empresas instaladas no parque industrial: os presidentes da Usiminas-Cosipa, Rinaldo Campos Soares; Carbocloro, Arthur César Whintaker de Carvalho; da Fosfertil, Francisco Gros; Copebrás, Nélson Pereira dos Reis; e o gerente geral da Refinaria de Presidente Bernardes, Luiz Alberto Verri.


* 11h - A Implantação do Porto Industrial Naval de Cubatão


O projeto será apresentado pelo presidente da Transpetro, Sérgio Machado, e pelo professor Carlos Augusto Azevedo, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.


*14h - Gás Natural: a Aplicação da Nova Matriz Energética nas Indústrias de Cubatão


José Luiz Marcuso, gerente geral da Unidade de Negócios da Petrobras na bacia de Santos, e Luiz Awasu, diretor de marketing da Congás, conduzirão a palestra.


* 15h15 - Agenda 21 - Fator de Desenvolvimento Sustentável


Assunto a ser apresentado pelo prefeito Clermont Castor e pelo diretor regional do Ciesp e do Fiesp em Cubatão, Marco Paulo Penna Cabral.


* 16h15 - Perspectivas do Desenvolvimento Brasileiro em 2006


No encerramento, participam o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, e o secretário de Estado do Meio Ambiete, José Goldemberg.

A ciência da língua mãe e o jornalismo

Fala e escrita foram descobertas com origem no pensamento. A ciência da linguagem foi estudada e evoluiu, registrando a história de mitos, cientistas, religiosos, políticos, loucos, anônimos e famosos. Ações negativas, como guerras, e fatos positivos, como inventos científicos, interferiram nas culturas diversas, espalhadas pelo mundo.

Ao jornalismo, que começou a assumir um padrão com Gutenberg, restou registrar esta história, aos pesquisadores do presente e também do futuro. O estudo da comunicação é importantíssimo para o registro das expressões culturais de uma determinada época, já que vivemos em um mundo que impressiona qualquer pesquisador que propõe estudar o comportamento da humanidade e seus registros. Desde o império egípcio, o homem faz mídia.

Concluo num discurso de ótica política e soberana, já que é visto do alto, o que de certa forma chega a me espantar. Que o ser humano é realmente pensamento, palavra e ação, mas que isso ou essa seqüência nem sempre segue a mesma ordem.

Em crise, o jornalismo impresso foi nivelado por baixo pelo rádio, pela televisão e também pela internet. O jornalista em cena, até dentro do caos, em meio à guerra, é capaz de levar o conhecimento à sociedade, usando até a linguagem do cinema, que é global.

A principal fonte de informação da sociedade, hoje capitalista e globalizada, é a TV. Esta não cumpre a sua razão de existir, pelo menos diante da filosofia e da ciência de Deus: alimentar a inteligência. Faz o inverso: é usada como forma de manipulação. A força da mídia é tanta que a população interpreta o mundo sob sua tutela e de acordo com os seus interesses.

O mercado econômico hoje banca o luxo de quem está por trás da grande televisão. Mesmo que o receptor seja muito crítico e consiga identificar a verdade noticiosa dos fatos, é irrelevante e sofre uma influência brutal.

Na verdade, uma minoria entre a massa e a política. Jornalistas, educadores e leitores com olhar mais crítico tentando sobreviver. Reagindo, acredito, por vocação e amor à Pátria. Dentro de um esquema capitalista, formatado por quem está à frente, representando interesses gigantescos. Os donos da comunicação dominam e impõem cultura há anos no mundo e principalmente na América Latina, território de riquezas naturais em abundância.

Resistindo e evoluindo mesmo lentamente, ocorre uma melhora desta sociedade de comunicadores com a internet. Esta, sem dúvida, uma possível aceleração na mudança de estado alienado do pensamento. Isso quer dizer de baixo repertório, ordinário e de fácil manipulação, para alto repertório científico e crítico. Um fenômeno causado pelo conhecimento do código e das linguagens. Mas, sem uma bagagem cultural, não há garantia, conceitos refletidos com exatidão. Contudo, sem estes, de certa forma, não existiria condições de expansão para o intelecto humano.

A manifestação do pensamento pela fala e agora também pela escrita, através da rede mundial, são as formas mais eficazes de transmissão do pensamento. No entanto, as palavras têm diversos significados. Conhecimento é sinônimo de melhor condição de vida. Sem a palavra, a ciência não haveria atravessado o deserto.