25 de abr. de 2007

José Dias Herrera, história pra contar


Como fotojornalista registrou Santos e o litoral


Sinônimo de fotojornalismo. Iniciou sua carreira na fotográfia aos 13 anos, admirando uma vitrine de artigos fotográficos. Foi convidado pelo dono do comércio para trabalhar. Aos 86 anos e mais de meio século dedicados a arte da luz. O fotografo José Dias Herrera, recebeu na prefeitura um grupo de focas da Unimonte.
Em uma hora de entrevista falou das dificuldades do início de sua vida e contou sua trajetória profissional. Estudantes do terceiro ano de Jornalismo: Júlio Ibelli, Vanessa Sabino, Ederson Bertochi, Anderson Alves e Mauricio Oliveira, realizaram o trabalho pautado, mas acima de tudo reconheceram e concordaram em gênero, número e grau. Naquela manhã receberam uma lição de vida e de quebra uma aula de fotojornalismo.
Filho de imigrantes italianos e espanhoís, veio para Santos muito jovem, hoje com um respeitado patrimônio, tem orgulho em dizer “não era moleza”. Tem duas filhas e cinco netos. Casado há 52 anos com Ilza Queiroz Herrera.
Iniciou no fotojornalismo trabalhando para o Diário com 17 anos, e não parou mais, logo foi para A tribuna. “Sempre tirei fotos com prazer, desde presidente, militares, civis até mendigos”.
Nascimento, dono de A Tribuna na época ficou com raiva por ele ter ido trabalhar na concorrência. Escolheu o diário de início por que, A Tribuna não pagava salário. “Só trabalharia se tivesse a mesma oferta". Mas pra frente, quatro tentativas depois o empresário concordou com a idéia de pagar. Fez um laboratório, onde Herrera ficou até aposentar. Há 12 anos fotografa para assessoria de imprensa da prefeitura de Santos.
Naquela época ia para o litoral e ficava uma semana tirando fotos. Não havia condução pra lá, muito menos hotel e restaurante. “Comia banana, isso quando tinha”.
Nunca se especializou em fotografia, aprendeu tudo sozinho. Ganhou muitos prêmios. O dinheiro extra vinha com fotografia de casamentos, pois na época eram poucos os fotógrafos de cerimônias.
Questionado sobre o uso do equipamento digital. Justificou seu descontentamento.“Agora com o uso das digitais, a fotografia perdeu o glamour, a máquina faz tudo.A era da fotografia comum foi destruída, pela era digital. Vejam o caso da Kalfman, maior comerciante de fotografia da época com cinco lojas espalhadas pela região acabou fechando”.
Herrera fez várias coberturas esportivas, onde viajou o mundo, inclusive acompanhando o Santos Futebol Clube em viagens. “Não importa a área onde se fotografa, o importante é gostar do que faz”.

Para ele era um estilo de vida. Em várias temporadas, contratado pela revista o Cruzeiro, um periódico da época dos cassinos. Ficava instalado em hotéis de luxo com atendimento exclusivo. Frequentou as altas rodas da sociedade
Gostava de dominar a máquina, regular ela do seu jeito. Hoje a automação da ferramenta de trabalho, não lhe agrada.
“Pra mim a fotografia foi a sobrevivência, o trabalho é uma maravilha, além de gostar me divirto muito”.

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