25 de abr. de 2007

Insanidade cinematográfica


Sabe aquela realidade que dificilmente é abordada, aquela matéria que te choca? Aconteceu comigo. Final de primeiro semestre e uma reportagem da Andréa Dip caiu em minhas mãos. O título era Cidade dos Esquecidos. O texto relatava a realidade das instituições psiquiátricas no País. Foi publicado em março de 2006 na revista Caros Amigos.

A inquietação tomou conta mim e a sintonia aconteceu. Recebi um e-mail da Kinoforum, uma Associação Cultural que trabalha com cinema. Era um convite para a inscrição de argumentos de roteiro para documentário. O encontro da fome com a vontade de comer.

Eu já havia feito um trabalho com o grupo em 2002, um curta de ficção, chamado Morte em Santos. O resultado igualmente seria produzido e exibido no Festival Internacional de Curtas-metragens de São Paulo.

Mandei meu argumento assim:

"A idéia, o conceito desse documentário é trabalhar dois movimentos: internação e recuperação. Serão utilizados como eixo principal os depoimentos de dois ou três ex-usuários do sistema manicomial, que atualmente desenvolvem atividades alternativas de convivência, trabalho e arte, pontuados com afirmações de entrevistas de especialistas no assunto: um psiquiatra, com opinião mais ortodoxa, e um psicólogo, com visão mais humana".

Vinte minutos depois, recebi uma ligação. Era o produtor me passando um contato, Francisco de Assis, ex-usuário do sistema, um novo amigo, com quem trabalhei no roteiro, figura fundamental na pesquisa e nos contatos.

Foram três finais de semanas. Durante os jogos da Copa do mundo, nos encontrávamos no Centro Cultural São Paulo, para fazermos tratamento de roteiro. Conheci muitos personagens através do Chico. Muitas histórias e cada uma... Pode ter certeza, daria um filme. Na coordenação do trabalho, um experiente roteirista, Daniel Chaia.

Após entregarmos o roteiro oficialmente à equipe de produção, não posso negar. Foi uma longa espera, dois meses, até a primeira projeção.

Sábado, 26 de agosto, Museu da Imagem e Som (MIS), Avenida Europa, São Paulo. A expectativa era muito grande, 17º Festival Internacional de curtas-metragens de São Paulo, muito glamour, chique mesmo. Reencontrei o Chico, o personagem principal. Ele assinou o roteiro comigo e acabou fazendo uma participação - atuou numa seqüência de ficção que recorta os depoimentos.

Uma experiência indescritível, aquela sessão das 18h00 de sábado. No cinema, as pessoas foram chegando, se acomodando as poltronas. Apreensivo, identifiquei alguns personagens. Foi bom revê-los. Em alguns instantes, a sala estava lotada.

De maneira simples e, ao mesmo tempo, como numa première, fui convidado a apresentar meu trabalho. Falei um pouco sobre o processo e fui direto ao ponto. O Brasil tem hoje 42 mil internos em 240 hospitais psiquiátricos. A violência consiste na má administração de remédios e ainda de eletrochoques. Em 1991, no Juquery, foram encontrados em um cemitério clandestino os restos mortais de mais de 30 mil homens, mulheres, crianças e bebês. E ainda pedaços de corpos, muitos braços e pernas. Chegamos aos anos 90, com quase 100 mil pessoas internadas, e em 2006 com mais de 300 mil mortos dentro dos muros dos manicômios.

Um Grito foi o nome que escolhi para o filme. Foram apenas 10 minutos, mas, quando subiram os créditos e acenderam as luzes, olhei para o lado e vi uma jovem chorando. Lembrei-me da indignação que tomou conta de mim ao ler sobre o assunto, das pessoas que conheci nos espaços de convivência. Agora, mais forte para continuar a projetar meus pensamentos, sigo idealista, tentando mudar a realidade através da comunicação, agora em linguagem global e com legenda em inglês.

O filme é apenas "um grito" entre muitos que ecoaram sem nunca serem atendidos. O documentário será exibido em festivais por todo País e pelo mundo.

Ao virar esta página, concluo algo que levo comigo: o ser humano é um bicho muito estranho. Mas, como diz um grande professor que tive em minhas andanças pelo mundo, "existem várias maneiras de se fazer algo, mas procure sempre agir corretamente".

No texto de Antonin Artaud, Van Gogh: Suicidado pela Sociedade, o autor pergunta: o que é um autêntico louco?

Ele mesmo responde: "é um homem que preferiu ficar louco no sentido socialmente aceito, ao invés de trair uma determinada idéia superior de honra humana".

Assim, a sociedade mandou estrangular nos seus manicômios todos aqueles dos quais queria desembaraçar-se ou defender-se porque se recusavam a ser seus cúmplices em algumas imensas sujeiras.

Pois o louco é o ser humano que a sociedade não quer ouvir e que é impedido de falar certas verdades intoleráveis.

Fazer cinema é isso: uma loucura.

José Dias Herrera, história pra contar


Como fotojornalista registrou Santos e o litoral


Sinônimo de fotojornalismo. Iniciou sua carreira na fotográfia aos 13 anos, admirando uma vitrine de artigos fotográficos. Foi convidado pelo dono do comércio para trabalhar. Aos 86 anos e mais de meio século dedicados a arte da luz. O fotografo José Dias Herrera, recebeu na prefeitura um grupo de focas da Unimonte.
Em uma hora de entrevista falou das dificuldades do início de sua vida e contou sua trajetória profissional. Estudantes do terceiro ano de Jornalismo: Júlio Ibelli, Vanessa Sabino, Ederson Bertochi, Anderson Alves e Mauricio Oliveira, realizaram o trabalho pautado, mas acima de tudo reconheceram e concordaram em gênero, número e grau. Naquela manhã receberam uma lição de vida e de quebra uma aula de fotojornalismo.
Filho de imigrantes italianos e espanhoís, veio para Santos muito jovem, hoje com um respeitado patrimônio, tem orgulho em dizer “não era moleza”. Tem duas filhas e cinco netos. Casado há 52 anos com Ilza Queiroz Herrera.
Iniciou no fotojornalismo trabalhando para o Diário com 17 anos, e não parou mais, logo foi para A tribuna. “Sempre tirei fotos com prazer, desde presidente, militares, civis até mendigos”.
Nascimento, dono de A Tribuna na época ficou com raiva por ele ter ido trabalhar na concorrência. Escolheu o diário de início por que, A Tribuna não pagava salário. “Só trabalharia se tivesse a mesma oferta". Mas pra frente, quatro tentativas depois o empresário concordou com a idéia de pagar. Fez um laboratório, onde Herrera ficou até aposentar. Há 12 anos fotografa para assessoria de imprensa da prefeitura de Santos.
Naquela época ia para o litoral e ficava uma semana tirando fotos. Não havia condução pra lá, muito menos hotel e restaurante. “Comia banana, isso quando tinha”.
Nunca se especializou em fotografia, aprendeu tudo sozinho. Ganhou muitos prêmios. O dinheiro extra vinha com fotografia de casamentos, pois na época eram poucos os fotógrafos de cerimônias.
Questionado sobre o uso do equipamento digital. Justificou seu descontentamento.“Agora com o uso das digitais, a fotografia perdeu o glamour, a máquina faz tudo.A era da fotografia comum foi destruída, pela era digital. Vejam o caso da Kalfman, maior comerciante de fotografia da época com cinco lojas espalhadas pela região acabou fechando”.
Herrera fez várias coberturas esportivas, onde viajou o mundo, inclusive acompanhando o Santos Futebol Clube em viagens. “Não importa a área onde se fotografa, o importante é gostar do que faz”.

Para ele era um estilo de vida. Em várias temporadas, contratado pela revista o Cruzeiro, um periódico da época dos cassinos. Ficava instalado em hotéis de luxo com atendimento exclusivo. Frequentou as altas rodas da sociedade
Gostava de dominar a máquina, regular ela do seu jeito. Hoje a automação da ferramenta de trabalho, não lhe agrada.
“Pra mim a fotografia foi a sobrevivência, o trabalho é uma maravilha, além de gostar me divirto muito”.

Democracia alienante ou às avessas?

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que atualmente 27,55% das crianças de 13 anos do Rio de Janeiro, de alguma forma, já foram adotadas pelo narcotráfico. Delas, 90% usam maconha e 23%, álcool. Segundo a pesquisa, os fatores que atraem essas crianças, por ordem de importância, são a adrenalina, identidade com o grupo, as chances de ganhar dinheiro, a sede de poder e, por fim, o consumo pessoal.

O Brasil cresceu lentamente nos últimos 30 anos. Pobres são os herdeiros de brasileiros que trabalharam pela nação e muito pouco lhes foi dado em troca. Os filhos sofrem as conseqüências de habitar um país de políticos sem a menor boa vontade e sedentos de poder.

Duro é lembrar os resultados da pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) em 2005. Apontando dados sobre analfabetismo funcional e absoluto e concluindo que somente 25% da população brasileira entre 15 e 64 anos conseguem ler e escrever plenamente, a pesquisa mostra que 75% encontram dificuldade ou nenhuma habilidade na leitura e na escrita.

No mínimo, três gerações de brasileiros foram condenadas ao extermínio e, pior, sem a menor chance de defesa contra a fome, a violência urbana e a falta de educação formal. De um outro lado da democracia, o clientelismo partidário compra votos na boca das urnas e nas barbas do Tribunal Superior Eleitoral.

Já que citei as crianças, elas sim são as que mais sofrem nesse contexto. Perdem a inocência em um curto espaço de tempo e em regiões mais tribais são abusadas sexualmente antes dos 10 anos de idade. Isso é tão grave que, enquanto você lê este texto, possivelmente uma criança está sendo estuprada e provavelmente outras estão se prostituindo em algum lugar abaixo da linha da pobreza.

Quando se é pobre ainda é possível viver com dignidade e amor, mas a miséria acaba com tudo. O mercado de consumo chega forte e com grande investimento em pesquisas, as mesmas que não são usadas pelos governantes para melhorar a qualidade de vida dos seus eleitores. Com os valores morais vencidos pela mídia, jovens brasileiros mergulham no submundo do crime na tentativa de suprir a necessidade de trabalho e amor. A indústria cultural impõe a promiscuidade e gera filhos sem pais.

Até quando os governantes dessa nação vão continuar desviando o dinheiro público? A estrutura social não suporta tanto descaso. É preciso criar projetos que realmente funcionem para conscientizar os jovens olhares formados pela mídia.

Viva a Democracia!


Eleições traduziram a indignação popular

Com o resultado das urnas da eleição do último dia 1o. de outubro, a nação decidiu os deputados, senadores e até alguns governadores no primeiro turno. Mas é impressionante como o país se encontra dividido em relação ao cargo da presidência da República. A prova está no percentual: Lula com 48,61%, e Alckmin com 41,64 dos votos.

Nunca na história do País ocorreu uma disputa como esta, tão acirrada. A definição de um segundo turno ou não para presidência ficou para apurações finais. Pois é! Foi no clima de segundo turno que a redação do Virtual foi às ruas para falar com o povo.

Com a pauta na mão e diversas perguntas na cabeça, entrevistamos todo tipo de gente. A intenção era saber o que pensa o eleitor da região sobre esse novo episódio da democracia.

Alguns deles, ainda sem conhecimento do cenário político, desabafaram. Outros, cientes do exercício da cidadania usando a oportunidade, se manifestaram. Enfim, o importante na democracia é a liberdade.

O primeiro entrevistado foi o técnico em eletrônica Agnon Moreira Bastos, 31 anos. No momento, ele está trabalhando em dois períodos. Faz manutenção pela manhã e dá aulas técnicas à noite. Ele afirma acreditar em mudanças e, se não tivesse esperanças, anularia seu voto. "Tudo que aconteceu já ocorre há muito tempo", disse. "Isto só apareceu porque a atual oposição é muito forte".

Em tom de desabafo, a técnica de enfermagem do Incor, Magda Araújo da Silveira, 33 anos, afirmou que a área da saúde não recebe investimentos. "Já perdi as esperanças. Esses escândalos são bem a cara dos políticos que atuam no país". Para ela, os atuais não têm ética em ângulo nenhum. "Trabalhei no setor público. Meu antigo chefe era um desses. Para falar a verdade, uma covardia injusta".

Ao conversar com uma dona-de-casa que preferiu não se identificar, fiquei surpreso com tamanha irritação. Quando perguntei a ela sobre as possíveis mudanças no país, ela afirmou, com raiva, que não votaria em determinado candidato porque ele era a favor do PCC. Perguntei a ela quem havia dito isso. A resposta foi direta: "a televisão".

"Parece que não estão lá para ajudar e sim para roubar", acredita a atendente Magale Araújo da Silva, 27 anos, logo respondendo em tom de ironia. "No fim, tudo termina em pizza".

Desempregado, o jovem Ary Oliveira Mariano Neto, 20 anos, vive como free-lancer, ou melhor, do famoso bico. Ele afirma que ficou surpreso com os resultados. "Depois dos fatos ocorridos, pensei que as coisas iriam mudar", disse. Neto ressaltou que no Brasil é muito difícil estudar. "Tem que correr atrás do prejuízo, mas há sempre uma esperança na melhora das políticas de educação".

Segundo o bacharel em direito, também desempregado, Miguel Spósito, 55 anos, o país precisa dar oportunidade a outros políticos. Para ele, a cada quatro anos deve ser feita a renovação. "A grande maioria não sabe votar em função da precariedade da educação, ou seja, são vitimas da escolha feita no pleito", explicou.

De acordo com o assistente financeiro, Edson Reis, 42 anos, a democracia brasileira esta engatinhando e grande parte da população não têm preparo para votar. "A legislação precisa ser enérgica com a corrupção, mas já ocorreu uma melhora".


Veja mais sobre este assunto:

A democracia plena na prática libertária

A evolução da mídia e a 'igüinorância'


É inegável que o acesso à informação ficou fácil. No entanto, a qualidade desta é questionável. Fenômenos midiáticos bombardeiam os veículos e invadem nossas casas a todo instante, seja pelo rádio, televisão, internet e até mesmo por terceiros.


Jovens e até adultos sofrem conseqüências às vezes até fatais. Estas são causadas pelo excesso de informação sem o conhecimento necessário para entendê-la. Um exemplo disso são os casos em que crianças que freqüentam a Internet passam informações a estranhos e acabam sendo vítimas de violência.


Não é nenhuma novidade que a população está sendo vítima do mercado de consumo e da classe política do País, portanto, sendo manipulada. Por outro lado, a educação começou evoluir, mas quando começaremos a colher esses frutos?


A discussão que proponho neste artigo é a de questionar o papel da Comunicação Social na sofredora sociedade de massa. A formação do olhar fica comprometida quando um departamento comercial coloca preço na informação editada em um jornal. É difícil manter a esperança. Fica aquela sensação de salvem-se quem puder!


No meio deste capitalismo brutal, está você, eu e todos os brasileiros, do mais simples ao intelectual. De todos, alguns exercem um papel fundamental. São os professores e os jornalistas, estes capazes de revolucionar uma nação. Todos se perguntam como melhorar esse Brasil. Não vejo outra solução se não a de melhorar a qualidade da informação, levando-a de uma forma simples a quem realmente precisa dela.


Pesquisas realizadas pelo Núcleo de Comunicação e Educação (NCE) da Escola da Comunicação e Artes (ECA), da Universidade de São Paulo (USP), apontam novos caminhos, aproximando as disciplinas da Educação e da Comunicação Social. A união resultou em uma nova disciplina, a Educomunicação, na qual se utiliza os meios de comunicação - TV, rádio, jornais, revistas, cinema e Internet - como complementos no programa escolar.


Educomunicação pode ser a alternativa para o jovem estudante de Comunicação Social e Pedagogia que queira fazer algum tipo de mudança significativa na sociedade. É um conceito com o objetivo de construção de cidadania ligado pela relação entre a comunicação e a educação. Esta mudança facilita o acesso da tecnologia às classes populares, podendo garantir o resgate de culturas, o registro da transformação e, por fim, a sobrevivência das comunidades que construíram através de seus antepassados esta nação que, hoje, é reconhecida por sua rica cultura popular no mundo.

Daniel Salgado lança o livro O Caçador de Gigantes

Segundo o autor, uma obra de fantasia que não foge da realidade

O escritor santista Daniel Salgado, após lançar O Caçador de Gigantes na Bienal Internacional do Livro, em São Paulo, apresentou sua obra em Santos no último dia 7, distribuiu autógrafos e conversou com os leitores na livraria Realejo.

O Caçador de Gigantes, publicado pela editora Novo Século, integra o gênero literatura de fantasia. Transporta o leitor para cenários lúdicos, com deuses gregos e povos vickings, mas que segundo Daniel, não foge dos assuntos da atualidade. "O livro é o primeiro de uma trilogia que desejo publicar, Contos de Arian".

De acordo com o autor, o livro parte da sua experiência na vida real e acrescenta ingredientes da mitologia. "O personagem enfrenta dificuldades para sobreviver. O afeto é representado pela relação paternal".

A literatura de fantasia ganhou a mídia com os livros da série Harry Potter. Entretanto, está sólido no mercado com vários títulos e autores há algum tempo. Seus leitores são fiéis e costumam ter mais em comum: jogar RPG (Roleplaying Game, do inglês, jogo de interpretação) ou ler quadrinhos.

O professor de xadrez, Douglas Vieria, 26 anos, afirma que lê o estilo e joga RPG desde 97. Para ele, é instrutivo quando são abordados temas sociais, como amor, trabalho e preconceito. "Tento trazer as situações competitivas de jogo e das estórias para vida real", explica. "A idéia é melhorar o dia-a-dia".

Se você quiser saber mais sobre o livro, visite o site da editora Novo Século.

Histórico

Foi com O Senhor dos Anéis, lançado em 1954, que o gênero fantasia ganhou força. Influenciou autores que lançaram títulos e jogos. Quem ganhou foi o leitor, levado para mundos diferentes através do RPG Dungeons and Dragons e para o futuro, com Star Wars.


Veja mais sobre este assunto:

RPG, o jogo da interpretação que resgata a leitura

Grupo Mundo Cultural filma institucional para DaPp

Trabalho será exibido em simpósio para capacitar educadores

Nesta próxima quinta-feira, dia 26 de outubro, ocorrerá o 3º Simpósio sobre Dificuldades de Aprendizagem, no Centro de Convenções Costa da Mata Atlântica. A Divisão de Atendimento Psicopedagógico (DAPp), organizadora do evento, contratou a produtora do Grupo Mundo Cultural para realizar um filme institucional sobre o trabalho multidisciplinar desenvolvido. Este filme será exibido na programação, entre as palestras.

A DAPp realiza atendimento psicopedagógico, avaliações psicológicas, fonoaudiológicas e social para os alunos da rede municipal de ensino de São Vicente. O trabalho é feito junto a alunos com idade entre 5 e 14 anos, encaminhados pelas escolas quando apresentam dificuldades que prejudicam o desempenho educacional. As ações têm o objetivo de identificar o problema o quanto antes, evitando um possível fracasso.

De acordo com os membros da equipe de produção, o processo de captação de imagens para o filme durou três dias intensos e o resultado final foi gratificante. "Registrar o trabalho desenvolvido com crianças e poder mostrar os resultados positivos é sempre gratificante", afirma o diretor de fotografia Alessandro Cruz. "Usamos uma linguagem bem própria, nada daqueles vídeos técnicos quadrados", explica o cinegrafista.

Segundo o editor de imagens Danilo Tavares, o legal é mostrar o trabalho que o DAPp realiza para melhorar as condições de aprendizado dessas crianças. "Trata-se de uma realidade tão próxima de todos que poucos conhecem". Para a coordenadora do DAPp, Márcia Nascimento de Faria, o 3º Simpósio vai mostrar o desenvolvimento do trabalho de quase dez anos. "No começo, éramos apenas três profissionais. Fazíamos as avaliações de forma itinerante". Márcia afirma que o simpósio é para capacitar os educadores. "Recebemos profissionais da área da educação de toda a baixada". Serviço: O trabalho da DAPp é realizado em duas unidades. A Unidade I fica na Rua Armando Sales de Oliveira, 124, Vila Valença (telefones 3466-6462 e 3467-0442). Já a Unidade II localiza-se na Rua Gilberto Esteves Martins, 1.240, Jardim Rio Branco (telefone 3576-6388).


Veja mais sobre este assunto:

III Simpósio sobre Dificuldades de Aprendizagem

Para mais informações, visite o site oficial do município de São Vicente

Autoridades debatem o futuro do gás no pólo industrial


Nos dias 22 e 23 da próxima semana, será realizado em Cubatão o Seminário Mega Pólo com Agenda 21 - 2006. O evento vai reunir políticos e empresários para discutir o futuro do maior pólo petroquímico e metalúrgico da América Latina. Entre os destaques, está o gás natural como fonte de energia.


Os seminários ocorrem no Bloco Cultural da prefeitura de Cubatão, que também patrocina o evento.


Agenda21


dia 22


* 18h - O Seminário Mega Pólo com Agenda 21 - 2006


O principal objetivo é concretizar uma política permanente que estimule o desenvolvimento das cidades que integram a Baixada Santista. Paulo Skaf, presidente da Fiesp, iniciará o evento falando sobre Indústria, Motor que Alavanca as Exportações e Gera mais Empregos.


Dia 23


* 9h - Novos Investimentos no Pólo Industrial de Cubatão


Tema a ser discutido por cinco representantes de empresas instaladas no parque industrial: os presidentes da Usiminas-Cosipa, Rinaldo Campos Soares; Carbocloro, Arthur César Whintaker de Carvalho; da Fosfertil, Francisco Gros; Copebrás, Nélson Pereira dos Reis; e o gerente geral da Refinaria de Presidente Bernardes, Luiz Alberto Verri.


* 11h - A Implantação do Porto Industrial Naval de Cubatão


O projeto será apresentado pelo presidente da Transpetro, Sérgio Machado, e pelo professor Carlos Augusto Azevedo, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.


*14h - Gás Natural: a Aplicação da Nova Matriz Energética nas Indústrias de Cubatão


José Luiz Marcuso, gerente geral da Unidade de Negócios da Petrobras na bacia de Santos, e Luiz Awasu, diretor de marketing da Congás, conduzirão a palestra.


* 15h15 - Agenda 21 - Fator de Desenvolvimento Sustentável


Assunto a ser apresentado pelo prefeito Clermont Castor e pelo diretor regional do Ciesp e do Fiesp em Cubatão, Marco Paulo Penna Cabral.


* 16h15 - Perspectivas do Desenvolvimento Brasileiro em 2006


No encerramento, participam o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, e o secretário de Estado do Meio Ambiete, José Goldemberg.

A ciência da língua mãe e o jornalismo

Fala e escrita foram descobertas com origem no pensamento. A ciência da linguagem foi estudada e evoluiu, registrando a história de mitos, cientistas, religiosos, políticos, loucos, anônimos e famosos. Ações negativas, como guerras, e fatos positivos, como inventos científicos, interferiram nas culturas diversas, espalhadas pelo mundo.

Ao jornalismo, que começou a assumir um padrão com Gutenberg, restou registrar esta história, aos pesquisadores do presente e também do futuro. O estudo da comunicação é importantíssimo para o registro das expressões culturais de uma determinada época, já que vivemos em um mundo que impressiona qualquer pesquisador que propõe estudar o comportamento da humanidade e seus registros. Desde o império egípcio, o homem faz mídia.

Concluo num discurso de ótica política e soberana, já que é visto do alto, o que de certa forma chega a me espantar. Que o ser humano é realmente pensamento, palavra e ação, mas que isso ou essa seqüência nem sempre segue a mesma ordem.

Em crise, o jornalismo impresso foi nivelado por baixo pelo rádio, pela televisão e também pela internet. O jornalista em cena, até dentro do caos, em meio à guerra, é capaz de levar o conhecimento à sociedade, usando até a linguagem do cinema, que é global.

A principal fonte de informação da sociedade, hoje capitalista e globalizada, é a TV. Esta não cumpre a sua razão de existir, pelo menos diante da filosofia e da ciência de Deus: alimentar a inteligência. Faz o inverso: é usada como forma de manipulação. A força da mídia é tanta que a população interpreta o mundo sob sua tutela e de acordo com os seus interesses.

O mercado econômico hoje banca o luxo de quem está por trás da grande televisão. Mesmo que o receptor seja muito crítico e consiga identificar a verdade noticiosa dos fatos, é irrelevante e sofre uma influência brutal.

Na verdade, uma minoria entre a massa e a política. Jornalistas, educadores e leitores com olhar mais crítico tentando sobreviver. Reagindo, acredito, por vocação e amor à Pátria. Dentro de um esquema capitalista, formatado por quem está à frente, representando interesses gigantescos. Os donos da comunicação dominam e impõem cultura há anos no mundo e principalmente na América Latina, território de riquezas naturais em abundância.

Resistindo e evoluindo mesmo lentamente, ocorre uma melhora desta sociedade de comunicadores com a internet. Esta, sem dúvida, uma possível aceleração na mudança de estado alienado do pensamento. Isso quer dizer de baixo repertório, ordinário e de fácil manipulação, para alto repertório científico e crítico. Um fenômeno causado pelo conhecimento do código e das linguagens. Mas, sem uma bagagem cultural, não há garantia, conceitos refletidos com exatidão. Contudo, sem estes, de certa forma, não existiria condições de expansão para o intelecto humano.

A manifestação do pensamento pela fala e agora também pela escrita, através da rede mundial, são as formas mais eficazes de transmissão do pensamento. No entanto, as palavras têm diversos significados. Conhecimento é sinônimo de melhor condição de vida. Sem a palavra, a ciência não haveria atravessado o deserto.

Jornalismo e cultura pela Internet


Nesta edição, O Virtual publica conteúdo sobre jornalismo na internet e a rotina de trabalho na manutenção de um site. Para falar sobre o assunto, a redação entrevistou Durval de Lara Filho, que é mestre em Ciências da Informação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e está desenvolvendo pesquisa sobre os usos cooperativos da Web para aplicação em mostras e exposições virtuais. Atualmente é editor Associado do Fórum Permanente, responsável pelo gerenciamento técnico e visual do site, e no qual tem publicado artigos e relatos. Desenvolve e produz sites comerciais e institucionais diversos.É formado ainda em Comunicação Visual e Artes Plásticas (pela Fundação Armando Álvares Penteado, em 1974), Arquitetura (Universidade Mackenzie, 1984) e dedica-se desde 1971, prioritariamente, à área de design gráfico. Desde 1996 trabalha exclusivamente na área de Internet, inicialmente como webdesigner e hoje nas áreas de planejamento, concepção, estudo de viabilidade, arquitetura da informação, produção e edição de sites.


O Virtual: Como é a produção do conteúdo? Durval: Temos várias formas: a) textos enviados por iniciativa dos autores são publicados quando aprovados por uma comissão editorial do Fórum; b) textos solicitados a autores (relatos críticos de palestras, por exemplo); c) textos do corpo do próprio Fórum.


O Virtual: Vocês trabalham com que tipo de informações?Durval: Informações relacionadas ao sistema da arte (museus, arte contemporânea, seminários, palestras, workshops e cursos relacionados aos assuntos mencionados).


O Virtual: Como é a rotina? Quantas pessoas integram a equipe?Durval: Não há uma rotina muito formal. Temos reuniões semanais entre os editores e cada qual recebe algumas atribuições. O trabalho é feito de vários pontos (não temos uma sala física). Além disso, trocamos muitas mensagens por e-mail.


O Virtual: A Internet é um espaço diferente. Como funciona a questão dos direitos sobre a informação e as imagens na rede?Durval: Adotamos o Creative Commons Brasil (disponibiliza opções flexíveis de licenças que garantem proteção e liberdade para artistas e autores).


O Virtual: É possível copiar tudo?Durval: Permitimos copiar, distribuir, exibir, executar a obra e criar obras derivadas sob as seguintes condições: dar crédito ao autor original, da forma especificada pelo autor ou licenciante. Não utilizar a obra com finalidades comerciais.


O Virtual: Qual é o número de visitas diárias e o perfil do leitor?Durval: Atualmente, estamos com cerca de 1 mil visitas diárias. Não temos pesquisa de perfil de público leitor, mas como trabalhamos com arte contemporânea e museus (principalmente os de arte), nosso público pode ser definido como sendo pessoas que se interessam, estudam ou trabalham com tais assuntos.


O Virtual: Quem é o profissional que trabalha na redação desse seguimento? Como é o perfil dele?Durval: São pessoas ligadas às universidades, principalmente à Universidade de São Paulo: professores e pós-graduandos. Temos também colaboradores que são jornalistas profissionais que atuam na área cultural e artística