15 de mai. de 2007

"Santa Fé"

A 15º edição da Via Sacra, a Paixão de Cristo de Iguape. Contou esse ano com o registro cinematográfico do Grupo Mundo Cultural. A encenação foi realizada no centro histórico, um cenário repleto de casarios da antiga colonização portuguesa. A cidade mantém uma forte cultura católica há 360 anos, com a realização da festa de Bom Jesus de Iguape. Em agosto de 2006 a equipe de filmagem do Mundo Cultural esteve na festa do Bom Jesus e ainda este ano lançará o documentário “Santa Fé ”.

Assista o macking-off da 15ºVia Sacra A Paixão de Cristo, Iguape 2007
http://www.youtube.com/watch?v=hFPIAxpaW6A

Emoção, desafio, coragem, ousadia, realização de um sonho. Estes são alguns dos sentimentos que os atores que atuaram na “XV Via Sacra – Paixão de Cristo” vivênciaram ao pisar no Centro Histórico de Iguape para representar os últimos dias da vida de Jesus. Usando pela primeira vez como palco a fachada do casario datado dos séculos VXII e XVII e a esplanada da Basílica do Bom Jesus, a encenação que teve envolvimento de todos os departamentos da Prefeitura Municipal, apoio da Secretaria de Cultura do Estado através da Oficina Cultural Gerson de Abreu, foi concebida, montada, ensaiada e encenada em pouco mais de um mês.


Envolvendo mais de 100 atores veteranos, novatos e figurantes, a Paixão de Cristo obteve tratamento de superprodução para os padrões do Vale do Ribeira. Com iluminação e trilha sonora produzida pela empresa Som da Ilha, o espetáculo emocionou atores e público durante os dois dias (5 e 6 de abril) em que o espetáculo foi apresentado na Semana Santa.

Dirigido pelo diretor Menon de Sá, a encenação teve como ator principal o iguapense Anderson Ribeiro, para quem encenar pela primeira vez Jesus foi um desafio: “No dia em que me presentearam com o papel do Cristo, para mim foi a realização de um sonho. Uma emoção e um desafio ao mesmo tempo. Aquele tipo de papel que a gente treme ao receber, mas tem que se superar e, quando tudo termina, você pensa: ‘consegui! ’”, exultou o ator, que há seis anos começou a atuar mais como uma brincadeira de colégio na Cia. Municipal de Teatro Aguapé e acabou encontrando no teatro uma forma de aprimoramento pessoal.

O segundo papel mais importante da encenação foi da atriz veterana Cláudia Elisa, que atuou como Maria, mãe de Jesus. Cláudia que já trabalhou em diversas peças há 13 anos e tem afinidade com papéis ousados, foi ganhadora do prêmio de melhor atriz no Festival de Teatro do Guarujá em 1998, com a peça “A Casa de Bernarda Alba” do autor Garcia Lorca. “Na Via Sacra já encenei Salomé, a primeira dançarina de Heródes, Maria Madalena, que creio foi apaixonada por Jesus e uma das tentações de Cristo no deserto. Só faltava Maria que não é uma mulher ousada, mas forte”, explicou a atriz.

Ao lado de tantos veteranos, alguns premiados em festivais como o ator Carlos Júnior (diretor do Departamento de Cultura de Iguape), que desempenhou Heródes, e José Ricardo, “Duda”, que encenou João Batista, além de Chiquinho Lima como o sacerdote Zerha, Paulo Soares, o sumo sacerdote Caifaz e Henrique Viviane como Pilatos, quem surpreendeu foi o estreante Michel Ghelard, que nunca havia atuado.


Compenetrado no papel como o chefe da guarda romana Quintilius, Michel que é funcionário do Departamento de Trânsito compôs seu papel estudando história romana e assistindo filmes como “Gladiador” e a “Paixão de Cristo” do diretor Mel Gibson. “O convite foi um susto, pois nunca imaginei atuar no teatro (...)com os ensaios percebi que o personagem era de ordem e incorporei a imagem autoritária, tensa e fria que imaginei como deveria ser um guarda romano da época”, disse o novato que foi bastante elogiado em sua atuação e pretende continuar estudando e participando de outras peças.

Matéria publicada no Jornal regional On-line

http://www.regionalonline.com.br/geral45.htm

Flávia Domingues é Jornalista e colaboradora do Grupo Mundo Cultural

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